A Austrália está enfrentando uma escassez de ovos semelhante à que está acontecendo nos Estados Unidos, devido a surtos de gripe aviária e mudanças na indústria. Desde junho do ano passado, algumas lojas na Austrália começaram a limitar a quantidade de ovos que cada cliente podia comprar, e essa prática ainda persiste em muitas prateleiras, que continuam vazias.
Nos últimos dias, vários supermercados nos EUA, como Costco, Whole Foods e Trader Joe’s, também começaram a impor limites de compra para os consumidores, mostrando que a situação de falta de ovos pode ser mais comum do que se pensava. Desde junho de 2022, redes australianas como Coles e Woolworths já estavam limitando a venda a duas caixas por cliente. Em janeiro deste ano, ainda havia limitações nas vendas, e as prateleiras de ovos em algumas lojas estavam bastante escassas. A associação dos produtores de ovos da Austrália sinalizou uma “menor oferta”, indicando que o problema já se estende por um tempo considerável.
Os motivos dessa escassez são, em grande parte, semelhantes aos que os EUA estão enfrentando. Em primeiro lugar, a gripe aviária, mesmo que com cepas diferentes, resultou na perda de cerca de 7% do rebanho nacional de aves na Austrália. Além disso, com o aumento da demanda durante as festividades de fim de ano, a pressão sobre a oferta aumentou ainda mais. Outro fator é a mudança de preferência dos consumidores, que estão buscando ovos de galinhas criadas soltas ou em condições mais naturais, em vez dos ovos de galinhas criadas em gaiolas.
Essas mudanças levaram a um aumento significativo nos preços. Na Austrália, o aumento foi de 11,5% no ano passado, que, embora considerável, é bem menor do que os 65% de aumento nos EUA. A escassez que a Austrália enfrentou por mais de sete meses pode ser um sinal de que os consumidores americanos também terão que esperar um pouco mais para voltar a ter acesso normal aos ovos.
A recuperação da produção de ovos na Austrália deve levar vários meses, mesmo após o governo declarar o fim do surto de gripe aviária. Especialistas, como a professora Emily Burton, que estuda produção de alimentos sustentáveis, explicam que, em média, leva cerca de seis meses para que a produção de ovos volte ao normal depois de a população de aves ser afetada. Nos EUA, as autoridades ainda registram surtos ocasionais de gripe aviária, o que indica que a situação de oferta pode permanecer instável por algum tempo.