Nos últimos meses, a empresa chinesa Xiaomi, famosa por seus smartphones, tem visto um aumento significativo nas suas ações listadas em Hong Kong. O principal motivo para essa valorização é o sucesso da sua nova linha de veículos elétricos (EV). As ações da Xiaomi subiram 22% só este ano, e impressionantes 230% nos últimos 12 meses, à medida que os investidores se mostram interessados nas ambições da empresa nessa nova área.
Quase um ano atrás, a Xiaomi lançou seu primeiro carro, o SU7, apenas três anos após anunciar sua entrada no mercado automotivo. O lançamento ocorreu alguns dias após a Apple desistir de seu projeto de desenvolver um carro, o que atraiu ainda mais atenção para a Xiaomi. O SU7 tem um preço competitivo, custando cerca de 215.900 yuans, o que equivale a aproximadamente 30 mil dólares. Esse valor é cerca de 30 mil yuans mais barato do que o Tesla Model 3 na China, o que pode ter contribuído para sua popularidade.
No último ano, a Xiaomi entregou mais de 135.000 veículos e, segundo o CEO Lei Jun, a meta é chegar a 300.000 veículos vendidos até 2025. Atualmente, os clientes que desejam adquirir um SU7 enfrentam uma lista de espera longa, evidenciando a alta demanda pelo carro.
De acordo com um relatório feito por Bin Wing, responsável pela pesquisa de automóveis da Deutsche Bank na Ásia, no mês de janeiro, a Xiaomi recebeu cerca de 41.000 pedidos do SU7, um aumento em comparação com os 30.000 pedidos do mês anterior. Esse crescimento foi atribuído ao aumento do movimento nas lojas após a apresentação do segundo modelo da empresa, o SUV YU7. Assim, a Xiaomi pode ter uma fila acumulada de mais de 140.000 pedidos pendentes até janeiro de 2025.
A empresa enfrentará desafios de fornecimento ao longo do ano, com a grande quantidade de pedidos e novos lançamentos, incluindo o SU7 Ultra, previsto para o final de março, e o YU7, que deve chegar ao mercado em meados de 2025. Em uma postagem recente, Lei Jun comentou que está trabalhando com a equipe para acelerar a produção sem comprometer a qualidade e a segurança dos veículos.
Essa valorização nas ações da empresa também beneficiou Lei Jun financeiramente. Seu patrimônio líquido aumentou em 7,7 bilhões de dólares neste ano, totalizando 37,4 bilhões de dólares, o que o coloca na 44ª posição na lista de pessoas mais ricas do mundo, logo atrás de Jack Ma, da Alibaba.
Embora as ações da Xiaomi tenham fechado em ligeira queda de 5,5% em um dia, os analistas mantêm uma avaliação positiva da empresa. Um analista do HSBC reiterou a classificação de “compra” para as ações e elevou o preço-alvo das ações de 37,90 para 49,90 dólares de Hong Kong. Ele também destacou que as entregas do SU7 em janeiro superaram as 20.000 unidades por quatro meses consecutivos e revisou suas previsões de entregas de veículos elétricos para 2025, aumentando a expectativa para 330.000 unidades. Além disso, ele espera que um novo programa de subsídios aos smartphones na China beneficie as vendas da Xiaomi, que já detém 14% do mercado global de smartphones, conforme dados do terceiro trimestre de 2024.