Kelly Granat, co-diretora de investimentos da Lone Pine, falou sobre as mudanças que a empresa passou desde a aposentadoria de seu fundador bilionário, Stephen Mandel Jr., em 2019. Em uma de suas raras entrevistas, Granat destacou como a firma, que existe desde 1997 e atualmente gerencia 18 bilhões de dólares, precisou adaptar suas práticas de investimento e gestão de negócios para enfrentar um mundo financeiro diferente.
Desde a saída de Mandel, a Lone Pine precisou se reestruturar para enfrentar desafios, como a diminuição de recursos e alguma dificuldade em manter o desempenho de seus investimentos. Apesar de ter tido um crescimento significativo nos últimos dois anos, com retornos de 20% em 2023 e 36% em 2024 em seu fundo de long-short, Granat reconheceu que o processo não foi fácil.
Os fundos de hedge, como a Lone Pine, frequentemente enfrentam dificuldades em planos de sucessão. Por exemplo, Ray Dalio, fundador da Bridgewater, passou por diversas mudanças de liderança antes de Nir Bar Dea assumir como CEO em 2022. Embora sempre fosse esperado que Mandel deixasse a liderança, a Lone Pine ainda lidou com saídas de executivos e uma gestão complicada do portfólio após a queda de 38% do fundo em 2022.
Granat, que ingressou na Lone Pine em 2007 e é ex-jogadora de tênis da Harvard, falou sobre a necessidade de “reconfigurar” o portfólio. Ela mencionou que a empresa havia perdido o equilíbrio, concentrando-se demais em ações de tecnologia de alto crescimento, especialmente durante um período de baixas taxas de juros. Agora, a Lone Pine está diversificando sua carteira e voltando sua atenção para setores que antes eram negligenciados.
A nova abordagem da empresa visa aumentar sua flexibilidade no mercado, permitindo que a Lone Pine aproveite oportunidades em momentos de flutuação nos preços das ações, provocadas por fatores que não estão necessariamente ligados aos fundamentos financeiros. Granat enfatizou a importância de um portfólio mais amplo para gerar retornos consistentes.
Outra mudança significativa é o foco da Lone Pine em sua imagem pública e na comunicação com investidores. Granat destacou que, enquanto antes não se preocupavam com isso, agora é essencial se fazer presente e contar a própria história. Em 2022, a empresa contratou seu primeiro líder de desenvolvimento de negócios e começou a participar de eventos de networking.
Apesar destas mudanças, o foco na próxima geração continua sendo um pilar central da estratégia da Lone Pine. Mandel sempre teve como objetivo que a empresa sobrevivesse a ele, e Granat, juntamente com David Craver, quer garantir que a companhia se mantenha sólida e em crescimento para o futuro. Granat mencionou que, se ela ainda estiver na mesma posição em dez anos, isso pode não ser o melhor para os investidores da companhia.