Leila Green, uma mulher de 41 anos, é mãe de trigêmeos com apenas dois anos, e vive na Inglaterra. A descoberta de que teria três bebês ao mesmo tempo foi um momento de grande choque para ela e seu marido. Eles foram ao médico para verificar os batimentos cardíacos do bebê, e Leila se lembrava com tristeza das duas gestações anteriores que terminaram em aborto. Ao olhar para o monitor, o médico confirmou a gravidez de triplets, o que trouxe uma mistura de emoções.
Leila já havia se preparado para ter uma cesariana com uma equipe médica de 28 pessoas, sendo que uma parte seria dedicada aos bebês. No entanto, a separação imediata dos filhos após o nascimento foi muito difícil. Embora soubesse que os trigêmeos precisariam ir para a UTI neonatal, a realidade da separação foi traumática. Nos primeiros dias após o nascimento, dois dos bebês precisaram ser transferidos para outro hospital, deixando Leila com apenas um dos filhos ao seu lado. Esse foi um momento doloroso e inesperado no início de sua maternidade.
Cinco semanas depois do parto, Leila finalmente conseguiu levar dois dos bebês para casa, mas deixou um deles no hospital, onde ainda precisava de cuidados. Isso fez com que ela começasse a sentir a chamada "culpa da mãe". Era impossível estar em dois lugares ao mesmo tempo, e ela se sentia inadequada por não conseguir dar atenção a todos os filhos ao mesmo tempo. Esse sentimento de não conseguir ser a mãe perfeita a acompanhou desde então.
Quando todos os três bebês finalmente estavam em casa, Leila e seu marido enfrentaram o desafio de aprender a cuidar de múltiplos recém-nascidos. Para facilitar a rotina, eles montaram um berço e uma estação de trocas em dois andares da casa. Os horários das mamadas foram rigorosamente organizados a cada três horas, utilizando uma combinação de leite materno e fórmula. Leila amamentava um dos bebês enquanto os outros dois mamavam de mamadeiras, seguradas por almofadas, para que pudessem se alimentar ao mesmo tempo.
Era comum que Leila se sentisse ansiosa na hora das mamadas, e ela preferia receber visitas nesse momento para não se sentir sozinha. Desde cedo, eles implementaram uma rotina noturna rigorosa, uma sugestão de uma enfermeira especializada que ajudou a família nos primeiros dias em casa. A tentativa de manter todos os bebês acordados e dormindo na mesma hora era essencial para conseguir descansar, já que um bebê acordado significava que todos acabariam acordados.
As noites eram desafiadoras. O cansaço tomava conta, e havia momentos em que a situação se tornava insuportável. Leila se via lidando com os três bebês acordados ao mesmo tempo, e isso exigia um esforço enorme.
Uma das melhores decisões do casal foi contratar uma babá para ajudar algumas manhãs da semana. Isso proporcionava a Leila a oportunidade de descansar um pouco, mesmo após noites difíceis. Com a chegada de um ano, Leila começou a pensar em voltar a trabalhar, já que havia co-fundado uma empresa junto com seu irmão. No entanto, ela percebeu que só conseguiria cobrir os custos das creches se tivesse um rendimento significativo, o que não a fazia se sentir confortável com a ideia de deixar os crianças.
O sentimento de perda veio junto com a ideia de deixar sua carreira para se dedicar aos filhos. Apesar de ser uma parte importante de sua identidade, Leila teve que passar por um processo de aceitação em relação a essa mudança de vida.
Com a legislação da Inglaterra, Leila e sua família se beneficiariam de 15 horas de cuidados infantis gratuitos quando seus filhos completassem dois anos, o que ocorreu em setembro de 2024. Leila decidiu usar esse tempo para se exercitar e desenvolver uma nova marca chamada "F*** Mum Guilt", que visa promover eventos voltados para mães que enfrentam a culpa da maternidade.
Atualmente, Leila enfrenta novos desafios, já que os trigêmeos estão se tornando crianças pequenas. Recentemente, eles conseguiram, juntos, realizar travessuras como levar um irmão pela escada e pegar biscoitos de um armário. Os episódios de doenças são recorrentes, e sempre que um bebê adoece, os outros também acabam ficando doentes. Embora a matrícula na creche tenha sido feita, frequentemente eles não conseguem frequentar devido a essas enfermidades.
Na maior parte do tempo, Leila se vê tratando de tudo o que precisa ser resolvido e, mesmo se sentindo sobrecarregada, ela reflete sobre a incrível tarefa que é criar três filhos ao mesmo tempo. Essa vivência traz desafios, mas também um sentimento de realização que, para ela, é notável.