Um tiroteio em uma escola na cidade de Örebro, na Suécia, resultou na morte de pelo menos dez pessoas, tornando-se o pior massacre na história do país. O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, expressou sua dificuldade em compreender a gravidade da situação, afirmando que o que aconteceu era algo que nunca deveria se tornar realidade.
O incidente ocorreu na manhã de terça-feira, 4 de outubro, por volta das 8 horas, no horário de Brasília. A polícia, os bombeiros e equipes de emergência foram acionados após relatórios de um ataque em uma escola que atendia jovens e adultos.
Segundo informações da polícia, um único atirador abriu fogo contra estudantes e funcionários antes de tirar a própria vida. A polícia local ainda não confirmou o número exato de feridos, mas o chefe da polícia de Örebro, Robert Eid Forest, estimou que cerca de 15 pessoas poderiam estar feridas.
A líder do Partido Social-Democrata, Magdalena Andersson, declarou que este é um dia de luto para a Suécia e enviou condolências às vítimas e suas famílias, incluindo professores e funcionários que estavam na escola naquele dia.
O rei da Suécia, Carlos XVI Gustavo, também se manifestou, enviando suas condolências e agradecendo aos serviços de emergência pelo trabalho realizado durante essa tragédia. Ele expressou seus pensamentos para aqueles que foram feridos e para suas famílias, reconhecendo a importância do esforço dos bombeiros, policiais e profissionais de saúde.
A Suécia, embora reconhecida por sua qualidade de vida e altos índices de desenvolvimento humano, enfrenta um aumento preocupante da violência armada. Nos últimos anos, o país verificado um crescimento nos tiroteios, especialmente entre jovens meninos de 15 a 29 anos. A violência armada começou a subir a partir de meados dos anos 2000, com um crescimento ainda maior a partir de 2013.
Dados de uma instituição sueca de prevenção ao crime indicam que, enquanto outros países europeus registravam uma redução nos homicídios por armas de fogo, a Suécia experimentava um aumento dessas ocorrências. Em 2021, a maioria dos tiroteios estava ligada a conflitos entre gangues, frequentemente em áreas desfavorecidas, caracterizadas por alta criminalidade e baixa escolaridade.
Uma pesquisa realizada em 2017 mostrou que os incidentes fatais com armas de fogo eram de quatro a cinco vezes mais frequentes na Suécia em comparação com países vizinhos, como a Alemanha e a Noruega, quando ajustados para o tamanho da população. Entre 2011 e 2017, o país registrou 1.500 incidentes com armas de fogo, resultando em 131 mortes e 520 feridos. Em 2020, foram reportados 366 tiroteios, com 47 mortes e 117 feridos, o que representa um aumento em comparação ao ano anterior.
Especialistas, como o pesquisador Amir Rostami, da Universidade de Estocolmo, destacam que a maior parte da violência armada na Suécia é cometida por jovens homens, muitos deles filhos de imigrantes. Essa realidade desafia o país a encontrar soluções para um problema que tem se intensificado nos últimos anos.