O Senado dos Estados Unidos confirmou, na quinta-feira, 13, Robert F. Kennedy Jr. como o novo secretário da Saúde e Serviços Humanos do governo do presidente Donald Trump. A votação terminou em 52 votos a favor e 48 contra, mostrando uma divisão clara entre os partidos.
A aprovação de Kennedy teve apoio da maioria dos senadores republicanos, embora o senador Mitch McConnell tenha votado contra. As audiências que precederam a votação foram bastante intensas, com vários senadores expressando preocupação com as opiniões de Kennedy sobre vacinas. Ele já fez declarações controversas sugerindo que vacinas poderiam estar ligadas ao autismo, uma alegação que foi amplamente desmentida por estudos científicos.
Os senadores democratas também ressaltaram o envolvimento de Kennedy na Children’s Health Defense, uma organização que ele fundou e que se posiciona contra a vacinação. A organização já processou o governo dos Estados Unidos várias vezes, inclusive em relação à autorização da vacina contra a Covid-19 para crianças.
O apoio mais notável para a confirmação de Kennedy veio do senador Bill Cassidy, um médico e presidente do Comitê do Senado sobre Saúde, Educação, Trabalho e Pensões. Cassidy admitiu que tinha preocupações sobre o histórico de Kennedy em relação às vacinas, mas decidiu apoiá-lo após receber promessas de que ele trabalharia para garantir a segurança vacinal.
Robert F. Kennedy Jr. é conhecido por suas opiniões não apenas sobre vacinas, mas também por querer promover mudanças na indústria farmacêutica e na alimentação. Ele defende um estilo de vida mais saudável, propondo reformas nas diretrizes alimentares e combatendo o consumo de alimentos ultraprocessados.
Antes de sua nomeação, Kennedy havia lançado sua própria candidatura à presidência como democrata em abril de 2023, mas suspendeu a campanha seis meses depois para apoiar Trump e passou a se apresentar como candidato independente.
Após a confirmação, o presidente Trump elogiou Kennedy, chamando-o de “um campeão incrível” que representa valores compartilhados por muitos. Por outro lado, o Comitê Nacional Democrata criticou a decisão do Senado, acusando Kennedy de não colocar a saúde dos americanos como prioridade e de disseminar “desinformação médica”, que poderia ter consequências graves para a população.