Rebeldes apoiados por Ruanda avançaram nesta sexta-feira, 14, e entraram na cidade de Bukavu, a segunda maior do leste da República Democrática do Congo (RDC), que tem cerca de 1,3 milhão de habitantes. Essa é mais uma vitória significativa na luta dos rebeldes da facção M23, que intensificaram seus ataques contra as forças do governo congolês.
Jean Samy, que é vice-presidente da sociedade civil na região de Kivu do Sul, informou que os rebeldes estavam se aproximando do centro da cidade e que disparos puderam ser ouvidos em vários locais. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram os rebeldes marchando em direção a Bukavu, com pessoas gritando sobre a grande quantidade de combatentes presentes na área.
Poucas horas antes da entrada em Bukavu, os rebeldes do M23 afirmaram ter tomado o controle do aeroporto de Kavumu, também na região, que fica a cerca de 30 quilômetros de distância. Essa ação ocorre em um contexto de crescente violência, já que a Organização das Nações Unidas (ONU) informou que o atual conflito já fez 350 mil pessoas deixarem suas casas.
O M23, que conta com cerca de 4 mil soldados de Ruanda, já havia tomado a cidade de Goma no final de janeiro, se tornando um dos principais grupos armados em um leste da RDC que abriga mais de cem facções disputando o controle da área rica em minerais. A situação é alarmante, pois a rebelião provocou a morte de pelo menos 2 mil pessoas em Goma.
O aeroporto de Kavumu se tornou um alvo estratégico depois que os rebeldes conquistaram o Aeroporto Internacional de Goma, que é um importante centro comercial e humanitário, abrigando muitos dos 6,5 milhões de deslocados resultantes do conflito.
Em meio a toda essa crise, a missão de paz da ONU na RDC é liderada pelo general Ulisses Mesquita Gomes, do Exército Brasileiro. Ele chegou recentemente ao país para tentar ajudar a conter a violência, que já resultou na morte de 17 pessoas em recentes combates.
A situação no leste da República Democrática do Congo continua crítica, com milhares de vidas em risco e um cenário humanitário que se deteriora a cada dia. As ações dos grupos armados, apoiados por países vizinhos, como a Ruanda, levantam preocupações sobre a estabilidade na região e o futuro dos habitantes locais.