O sepultamento de uma pessoa, mesmo que não seja uma figura pública, segue algumas regras. No caso de personalidades como um papa, as normas são mais rigorosas. O papa Francisco, por exemplo, tem um processo específico a ser seguido após sua morte.
Após o falecimento de um papa, é necessário um atestado de óbito. Uma das regras principais é que ele não pode ser enterrado imediatamente. Deve haver um período de espera de pelo menos quatro dias. Se Francisco faleceu em uma segunda-feira, como no caso mencionado, o sepultamento só poderá ser realizado a partir da sexta-feira seguinte.
Além disso, existe um limite para o sepultamento, que é de até seis dias após a morte. Essa regra se relaciona com o tempo de criação do mundo descrito na Bíblia. Para o Vaticano, a realização do enterro do papa é uma questão muito séria, tendo até se tornado parte de uma lei dentro da Igreja, chamada Constituição Apostólica.
Uma parte fundamental dessa Constituição define o que deve acontecer em relação ao sepultamento. O artigo 13, alínea “b”, estabelece que, depois da morte, as cerimônias fúnebres devem ser realizadas ao longo de nove dias. O sepultamento deve ocorrer entre o quarto e o sexto dia após a morte, salvo motivos especiais que justifiquem um atraso.
As exéquias, que são os ritos fúnebres na Igreja Católica, incluem várias tradições e normas. Durante os nove dias de luto, há regras sobre se o falecido pode ser fotografado e quem tem permissão para tirar essas fotos. Além disso, existe um protocolo para assegurar a veracidade da morte do papa, que não envolve médicos, mas sim o cardeal camerlengo, que atua como um vice do papa.
O processo para declarar a morte do papa, que anteriormente incluía a prática de bater levemente com um martelo na cabeça do Pontífice, foi alterado desde a morte de João XXIII em 1963. Atualmente, a declaração é feita chamando o papa três vezes pelo nome, e se não houver resposta, a morte é confirmada.
A Constituição Apostólica também aborda outros aspectos importantes, como a eleição de um novo papa. Essa eleição pode ser feita por qualquer homem batizado na Igreja Católica, embora, na prática, um membro do Colégio de Cardeais seja geralmente escolhido. Apenas membros desse colégio têm direito a votar na seleção do novo papa, um processo que só pode começar após o fim do período de luto. Diferentemente das regras para sepultamento, não há um prazo específico para a escolha do novo líder da Igreja.