Na última segunda-feira, dia 5, o juiz Jamal Whitehead, do Estado de Washington, decidiu que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve permitir a entrada de quase 12 mil refugiados no país. Essa decisão vai contra os planos do governo Trump, que tem buscado restringir a imigração e a entrada de pessoas consideradas ilegais.
Recentemente, o governo anunciou que aceitaria apenas 160 refugiados. Durante uma audiência, afirmou que planejaria recorrer de qualquer decisão judicial que pedisse um número maior de acolhimentos. Entretanto, o juiz Whitehead criticou essa posição, afirmando que a interpretação feita pelo governo é, no mínimo, uma “manobra interpretativa” muito duvidosa.
No passado mês de fevereiro, Whitehead já havia bloqueado uma ordem executiva de Trump que limitava a admissão de refugiados, alegando que essa ordem violava a Lei de Refúgio de 1980. No entanto, essa decisão foi revertida em março pelo 9º Circuito da Corte de Apelações.
O juiz Whitehead comentou que, se o 9º Circuito quisesse limitar a entrada dos refugiados para apenas 160, teria feito isso de forma clara em sua decisão. O caso foi levado à justiça por grupos que atuam na defesa dos direitos dos refugiados, como a organização HIAS e a Church World Service, além de luteranos envolvidos em serviços comunitários.
O reassentamento de refugiados é uma das poucas formas legais de conseguir a cidadania nos Estados Unidos. O ex-presidente Joe Biden, durante seu mandato, havia ampliado as possibilidades de acolhimento para refugiados.
Desde sua campanha, Trump deixou claro que sua administração não apoiaria a chegada de imigrantes ilegais e incentivou a saída dos que já estavam no país através de programas de benefícios. Até agora, aproximadamente 150 mil imigrantes ilegais foram deportados sob sua gestão.
Na mesma data, um tribunal federal em Boston rejeitou um pedido do governo Trump para cancelar o status de proteção temporária concedido a imigrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela que estão vivendo nos Estados Unidos.