A companhia aérea estatal argentina, Aerolíneas Argentinas, anunciou que não precisará de apoio financeiro do governo neste ano. Em uma carta enviada ao Ministério da Economia da Argentina, os diretores da empresa afirmaram que conseguirão cobrir todas as despesas com recursos próprios em 2025. Essa decisão é um passo importante para a empresa, que busca se preparar para uma possível privatização no futuro.
Manuel Adorni, porta-voz do governo, destacou que, alguns meses atrás, já se sabia que a Aerolíneas não precisaria de ajuda no primeiro trimestre. Agora, é confirmado que a empresa não solicitará fundos durante todo o ano.
Nos últimos 15 anos, a Aerolíneas recebeu aproximadamente US$ 8 bilhões do governo argentino para cobrir seu déficit operacional. Historicamente, a companhia apresentou perdas de cerca de US$ 400 milhões por ano, que eram pagas pelo Tesouro Nacional.
Uma mudança significativa ocorreu em 2024, quando a Aerolíneas registrou, pela primeira vez, um lucro. Segundo o presidente da empresa, Fabián Lombardo, foi alcançado um superávit operacional de US$ 20,2 milhões e um superávit econômico superior a US$ 150 milhões. Os resultados positivos foram atribuídos principalmente à melhoria nas operações, onde as receitas superaram os custos operacionais.
Além disso, a empresa implementou diversas medidas para aumentar a eficiência. Em 2023, a Aerolíneas cortou quase 15% de sua força de trabalho, resultando na saída de mais de 1.600 funcionários. Fechou também 19 de suas 21 agências fora da capital e cancelou rotas que não geravam lucro, focando aquelas mais rentáveis. Atualmente, a companhia informou que todas as suas rotas são lucrativas.
A queda nos preços internacionais do petróleo também ajudou a reduzir custos, já que o combustível representa cerca de 30% das despesas operacionais da companhia. Embora não haja interesse imediato em privatizar a empresa, seus diretores afirmam que essa venda é uma possibilidade futura.
Essa nova fase representa uma mudança importante para a Aerolíneas Argentinas, que conseguiu sair de uma sequência de prejuízos e está se estabelecendo como uma companhia autossustentada, com foco em eficiência e produtividade.