O banco americano Citibank anunciou na última sexta-feira, dia 21, que vai descontinuar seus programas de diversidade e inclusão, que são conhecidos nos Estados Unidos pela sigla “DEI”. Essa decisão ocorre em um contexto de novas regulamentações que afetaram a maneira como as empresas lidam com a diversidade em suas contratações.
Jane Fraser, a CEO do Citi, enviou uma carta a todos os funcionários explicando que as mudanças nas regras do governo dos Estados Unidos exigem ajustes nas estratégias globais do banco para atrair e apoiar talentos de diferentes origens. Embora o objetivo do Citi seja manter uma abordagem consistente em todo o mundo, ele precisará adaptar suas práticas de acordo com a legislação local de cada país.
Como parte dessas mudanças, a equipe que trabalhava com “Diversidade, Equidade e Inclusão e Gestão de Talentos” passará a ser chamada de “Gestão de Talentos e Engajamento”. Jane Fraser também mencionou que o banco não terá mais metas ambiciosas de representação, a não ser quando isso for exigido por lei. Isso significa que não será mais necessário ter comissões de seleção diversificadas, embora o banco continue a buscar diversidade nas contratações e a valorizar perspectivas variadas.
Apesar do fim dos programas de DEI, Fraser afirmou que o compromisso do Citi com um ambiente de trabalho inclusivo permanece forte. Ela destacou a importância de permitir que todos os funcionários dêem o seu melhor, afirmando que isso é fundamental para o sucesso da instituição. Embora os programas possam ser eliminados, os valores que sustentam a empresa continuarão os mesmos.
Em 2022, a CEO havia estabelecido metas para aumentar o número de funcionários negros em posições de liderança nos Estados Unidos, Porto Rico e Canadá, assim como aumentar a presença de mulheres em cargos similares. Porém, com as novas diretrizes, é possível que essas metas deixem de ser priorizadas.
As mudanças no Citi fazem parte de uma tendência que vem afetando várias empresas nos Estados Unidos, onde muitas estão repensando ou eliminando suas iniciativas de diversidade e inclusão, em resposta a pressões políticas e legais. Recentemente, bancos como Goldman Sachs também sinalizaram mudanças nessa direção. Além disso, empresas de consultoria como Accenture, KPMG e Deloitte, assim como outras, também têm revisto seus objetivos em relação à diversidade, especialmente após decisões da Suprema Corte que impactaram a ação afirmativa em admissões universitárias.
Essas transformações estão ocorrendo em um ambiente em que o governo americano sob a administração de Donald Trump já havia feito mudanças significativas, incluindo a revogação de políticas que favoreciam a equidade racial e a proteção de direitos de grupos marginalizados. Portanto, o cenário atual reflete uma adaptação das empresas às novas exigências e à realidade política prevalente.