No que parece ser um baita improviso na história da publicidade digital, o Google decidiu que não vai fazer mudanças na forma como os cookies são rastreados no Chrome. Isso significa que o projeto “Privacy Sandbox”, que levou anos para ser desenvolvido, vai continuar, mas só de forma opcional.
Na real, o Privacy Sandbox vai ser apenas um projeto, e não uma obrigação. Isso, na prática, torna essa opção um tanto irrelevante para as empresas que querem rastrear dados e melhorar o desempenho de suas campanhas publicitárias.
O Google soltou uma fala explicativa: “Ao conversar com várias partes envolvidas, como publicadores, desenvolvedores, reguladores e o setor de anúncios, ficou claro que há pontos de vista diferentes sobre mudanças que poderiam impactar a disponibilidade dos cookies de terceiros. Levando tudo isso em consideração, decidimos manter nosso modelo atual, oferecendo aos usuários a opção de escolher os cookies de terceiros no Chrome, sem lançar um novo alerta separado para isso. Os usuários podem seguir escolhendo o que acham melhor nas Configurações de Privacidade e Segurança do Chrome.”
Para os anunciantes, essa notícia é uma mão na roda. Eles estavam preocupados com mudanças radicais que poderiam complicar o rastreamento de dados. Por outro lado, os defensores da privacidade com certeza não ficaram muito satisfeitos com essa decisão.
Vamos recapitular: em 2020, o Google anunciou que iria despachar os cookies, começando por 2022. Isso tudo para se alinhar com as mudanças do mercado em busca de mais privacidade e controle para os usuários da web. O plano incluía um novo modelo chamado “Federated Learning of Cohorts” (FLoC), que permitiria rastrear a atividade dos usuários, mas sem usar identificadores pessoais.
No entanto, os parceiros de anúncios não curtiram muito essa ideia. Em 2021, o Google acabou adiando o FLoC para procurar algo que resolvesse as necessidades de todos os lados.
Daí, a empresa mudou de foco para o projeto Privacy Sandbox, que prometia um rastreamento de dados mais seguro e, ao mesmo tempo, proteções para a privacidade. Em setembro de 2023, o Privacy Sandbox teve seu lançamento para uso público e, por volta de janeiro de 2024, a nova proposta era substituir os cookies, agrupando os usuários em categorias, ao invés de facilitar o rastreamento individual.
Mas com várias preocupações sendo levantadas por diferentes setores e órgãos reguladores, o Google adiou essa fase de fim de cookies de novo. Em julho do ano passado, a empresa acabou anunciando que iria abandonar totalmente esse plano e partir para uma “nova experiência no Chrome”. O objetivo era dar às pessoas mais poder de escolha sobre os dados que compartilham com sites e aplicativos. Mó confusão, né?
Agora, o Google decidiu que esse ponto final também não vai rolar, encerrando assim uma longa jornada de cinco anos em busca de melhorias na privacidade. Com isso, as empresas podem continuar usando o rastreamento de cookies no Chrome como já faziam, coletando dados dos visitantes de boa e usando essas informações para direcionar anúncios.
Como o Google já havia deixado de lado o plano de eliminar cookies, essa notícia não representa uma grande mudança, mas vai tranquilizar muitos anunciantes e parceiros de tecnologia publicitária que estavam correndo atrás de soluções alternativas para manter a relevância dos anúncios e seu desempenho.
Então, no fim das contas, nada muda. Não há necessidade de novas opções de rastreamento de cookies. A galera pode seguir monitorando os dados como sempre fez, sem pressão. E o Google, por enquanto, não tem um plano diferente no horizonte para reorganizar seus sistemas. Parece que, finalmente, uma narrativa de gastos pesados e incertezas para os anunciantes na internet chega ao fim. É isso, a vida segue!