A cada ano, aparecem novas redes sociais que chamam a atenção, e a galera de marketing fica em cima, perguntando se vale a pena criar um perfil nelas. Em geral, eu costumo olhar para essas novas plataformas só quando atingem 10 milhões de usuários, porque menos que isso é só barulho e, na moral, quem tá realmente se importando com isso?
Mas, dessa vez, tô fazendo uma exceção. A BuzzFeed tá com uma proposta bem diferente, pela primeira vez uma empresa da internet quer criar sua própria rede social. O site já tá chamando a nova plataforma de “Island”, mesmo que ainda não tenha rolado um anúncio oficial. O que tá pegando é que a BuzzFeed, sob a liderança do Jonah Peretti, quer criar uma rede social que desafie as grandes plataformas que dominam o jogo atualmente.
Peretti explicou que essas redes sociais estão na mão de algoritmos de inteligência artificial que focam mais em manter os usuários grudados do que em entregar conteúdo de qualidade. Esses algoritmos acabam priorizando conteúdo que vicia a gente, o que não é legal. Muita coisa que a gente vê pela internet é manipulada para gerar raiva ou medo nos usuários, porque isso gera muitos cliques.
Ele ainda acrescentou que muitas vezes os criadores exageram nas histórias para deixá-las mais urgentes e emocionais, usando um esquema que ele chama de “SNARF”. Isso inclui exagerar os problemas, inventar coisas novas que parecem ser novidade, alimentar a raiva e até criar uma certa tensão para prender a atenção do público.
Os caras da BuzzFeed têm tirado vantagem desse jeito de trabalhar, conseguindo um monte de cliques nas redes sociais, especialmente no Facebook, se aproveitando dos algoritmos da Meta. Mas agora, Peretti quer mudar a rota e criar um espaço que não funcione assim, focando em histórias que fazem sentido sem precisar dessa tretagem toda.
Ele percebe que as pessoas estão sacando que a forma como as coisas estão rolando tá errada e que a galera tá a fim de algo novo. A nova plataforma da BuzzFeed deve ter um detalhe importante: curadoria feita de humanos, priorizando histórias com valor real, ao invés de só buscar o próximo vício momentâneo.
“Vamos fazer a pesquisa pesada por você, assim você acompanha as tendências mais legais e ainda descobre coisas bacanas sem perder tempo e arriscar a saúde mental. Vamos trocar a raiva e o medo por humor, rindo da zoeira dos poderosos”, disse Peretti. Nessa linha, o BuzzFeed vai usar seus sites como HuffPost, Tasty e outros para criar uma plataforma que parece mais um app de notícias do que uma rede social.
Claro que ele vende isso como uma alternativa de mídia social, mas só o tempo vai mostrar como vai sair todo esse esquema. Peretti afirma que a ideia é não perder de vista a alegria e a humanidade da comunidade. O conteúdo sensacionalista pode atrair atenção, mas eles querem trazer mais diversão e leveza à internet, com histórias de famosos, dicas de compras e conselhos pessoais.
Agora, não tô convencido de que tudo isso vai funcionar de verdade, ou mesmo que seja uma competição real pras redes que a gente já conhece. Pra mim, tá mais parecendo uma versão refinada dos serviços do BuzzFeed, disfarçada de rede social. Tem que ver como tudo isso se junta.
Ele ainda destacou que a plataforma vai usar a inteligência artificial de um jeito que empodere os usuários ao invés de tirar o poder deles. Embora a proposta pareça promissora, dá a impressão de que os comentários do BuzzFeed vão ganhar vida num novo app de comunidade.
A verdade é que redes sociais precisam ser espaços onde a galera possa contribuir, e não só vitrines de publicações. Peretti sabe disso e, com seu conhecimento no setor, vai ser interessante ver como ele vai fazer isso acontecer.
Eu concordo com quase tudo que ele falou sobre como as plataformas sociais e algoritmos digitais mudaram a forma como a gente interage, levando tudo pro lado do “nós contra eles”, que só aumenta a divisão entre as pessoas. Publicações que querem se manter vivas acabam por tomar partido, e isso só reforça atitudes mais extremas que nos afastam uns dos outros.
O ecossistema de informações tá quebrado, e a única forma de arrumar as coisas é mudar os incentivos das plataformas, para que a precisão das notícias seja mais valorizada do que a mera interação. Mesmo assim, isso não vai impedir que a galera clique nas coisas mais sensacionalistas, o que pode gerar viés nas informações que são selecionadas.
Enfim, Peretti entende tudo isso muito bem, e vai ser legal ver como ele vai lidar com isso. O futuro da nova proposta da BuzzFeed é incerto, mas é uma ideia a se considerar. Quem quiser ser um dos primeiros a conhecer essa nova plataforma pode já botar seu nome na lista de espera.