No último domingo (14), a Praça Universitária, em Goiânia, foi palco de uma manifestação que se uniu a uma mobilização nacional contra o Projeto de Lei da Dosimetria e outras pautas consideradas ameaças à democracia. Os manifestantes caminharam até o Palácio das Esmeraldas, levantando palavras de ordem direcionadas ao Congresso Nacional e ao perdão concedido a condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023.
O ato foi organizado pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que criticaram o PL da Dosimetria, aprovado na quarta-feira anterior (10). Os organizadores alegam que o projeto é uma tentativa de anistia disfarçada para os envolvidos nas tentativas de golpe, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo eles, a nova legislação poderia enfraquecer a punição para esses responsáveis.
Durante o protesto, o vereador Fabrício Rosa, do Partido dos Trabalhadores (PT), destacou a importância de continuar lutando nas ruas. “Esse não é só um ato, é um processo. Vamos ocupar quantas vezes for preciso”, afirmou ele. Edward Madureira Brasil, também do PT, reforçou a defesa da democracia, criticando as tentativas de mudar os critérios de aplicação de penas. “A democracia se constrói no diálogo, nas instituições e também nas ruas”, declarou.
O protesto contou com a participação de diversas entidades, como sindicatos, organizações civis, coletivos culturais e estudantes. Os manifestantes trouxeram cartazes e faixas que expressavam sua posição contrária ao marco temporal, à reforma administrativa, à blindagem parlamentar e à cassação de mandatos da oposição. A mobilização em Goiânia foi parte de um movimento maior, com manifestações registradas em pelo menos 49 cidades ao redor do país.