Lula busca apoio na Rússia e na China enquanto relações com os EUA permanecem estagnadas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem buscado ampliar as relações internacionais do Brasil através de conversas com líderes de potências como Rússia e China, sem ainda contatar o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essa falta de diálogo com os EUA destaca um momento de incerteza nas relações entre os dois países.
Nesta semana, o presidente russo, Vladimir Putin, fez uma ligação a Lula. Durante a conversa, ele enfatizou a importância do Brasil no cenário global e no fortalecimento dos laços entre os dois países. No mesmo período, Lula também se comunicou com o presidente chinês, Xi Jinping, para estreitar as relações bilaterais. A China, por meio de uma declaração oficial, expressou disposição em trabalhar com o Brasil para fortalecer a cooperação e promover uma unidade entre países do Sul Global.
Todavia, analistas alertam que a China pode não estar tão interessada em aproximar o Brasil dos EUA. Para o cientista político Leonardo Barreto, essa declaração da China pode não ser a melhor abordagem para facilitar o diálogo entre Brasil e Estados Unidos. Ele questiona se vale a pena Lula buscar apoio em Xi Jinping, considerando que a China poderia estar buscando manter o Brasil distante dos interesses norte-americanos.
As interações entre Lula e esses líderes internacionais têm sido vistas com cautela. Especialistas opinam que, enquanto Lula recebe declarações de apoio de Putin e Xi, o Brasil pode estar perdendo oportunidades valiosas de engajamento mais produtivo com os Estados Unidos.
Na prática, Lula assistiu ao cancelamento de uma reunião importante entre o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Esse cancelamento foi atribuído à chamada “militância antidiplomática”. O ministro Haddad, por sua vez, se manifestou sobre a situação, mas ficou a pergunta sobre quais ações concretas Lula está tomando para reestabelecer uma relação amistosa com os EUA.
A relação do Brasil com potências como Rússia e China levanta questões sobre quais são as prioridades da atual administração. Recuperar um diálogo construtivo com os Estados Unidos pode ser um passo fundamental para o desenvolvimento econômico e político do Brasil no cenário internacional. Enquanto isso, a busca por apoio em líderes estrangeiros continua sem um claro direcionamento em relação aos interesses dos EUA.