Goiás registrou 369 internações de crianças entre 1 e 4 anos por queimaduras, tornando-se o terceiro estado do país com mais casos neste período, que vai de janeiro a setembro de 2025. No total, 3.613 crianças sofreram queimaduras em todo o país, conforme dados da Organização Nacional de Acreditação (ONA).
A Sociedade Brasileira de Queimaduras destaca que a maioria dos acidentes ocorre dentro de casa, sendo que 70% dos casos são registrados nesse ambiente. A faixa etária de 1 a 4 anos é a mais afetada, devido à curiosidade natural das crianças, que ainda não têm a noção completa de perigo. Com as férias se aproximando, é essencial que os responsáveis redobrem a atenção.
A pediatra e membro da ONA, Mariana Grigoletto, enfatiza a importância da supervisão das crianças para prevenir acidentes. Ela recomenda algumas medidas, como manter as panelas nas bocas de trás do fogão e evitar cozinhar com crianças no colo. Além disso, sugere a instalação de grades de proteção em fogões e fornos, assim como evitar toalhas longas na mesa, que podem ser puxadas pelas crianças, causando acidentes.
Outro risco comum em casa é o choque elétrico. Tomadas desprotegidas e fios soltos podem passar despercebidos. Mariana orienta que todas as tomadas sejam cobertas e que os fios fiquem organizados para evitar incidentes. Se ocorrer uma queimadura elétrica, é fundamental desligar a energia, remover roupas soltas e procurar um serviço de emergência.
Com a chegada do verão, o risco de queimaduras solares aumenta. Os sintomas incluem vermelhidão e dor, predominando entre 10h e 16h, horário com maior incidência de radiação solar.
Caso aconteça uma queimadura, é importante seguir algumas orientações. Nunca utilize gelo, clara de ovo ou qualquer remédio caseiro, pois estes podem agravar a situação. A recomendação é resfriar a área queimada com água corrente fria por 10 a 20 minutos. Se houver acessórios como anéis ou pulseiras, procure removê-los antes do inchaço. As roupas grudadas na pele não devem ser tiradas, a não ser que estejam soltas. E, se surgirem bolhas, é melhor não estourá-las.
É essencial buscar atendimento médico urgente nas seguintes situações:
– Se houver bolhas;
– Caso a criança apresente febre, dor intensa ou secreção;
– Aumento da vermelhidão;
– Queimaduras no rosto, nas mãos, nos pés ou na região genital;
– Se a criança sentir náuseas, sonolência ou desmaio.
A prevenção e a resposta rápida são fundamentais para garantir a segurança das crianças em casa.