Sebastião Salgado, renomado fotógrafo brasileiro, faleceu na última sexta-feira, dia 23, aos 81 anos. Ele era originário de Minas Gerais e é amplamente reconhecido como um dos maiores fotógrafos documentais do mundo. A causa da morte foi confirmada como complicações de saúde ligadas a uma malária. Ele deixa sua esposa, Lélia Wanick Salgado, e dois filhos, além de um legado artístico impressionante que destacou a vida de populações vulneráveis, paisagens esquecidas e questões sociais cruciais.
Salgado era formado em Economia, mas sua carreira na fotografia começou de fato nos anos 1970, após ele ter vivido como exilado político na França durante a Ditadura Militar no Brasil, que ocorreu entre 1964 e 1985. Durante suas cinco décadas de trabalho, ele viajou por mais de 100 países, criando imagens em preto e branco que se destacaram não apenas pela estética, mas também pelo profundo impacto humano e social que transmitem.
Alguns de seus trabalhos mais famosos incluem “Trabalhadores” (1993), que retrata as duras condições de trabalho ao redor do mundo; “Êxodos” (2000), que aborda a situação de refugiados e pessoas deslocadas; e “Gênesis” (2013), que apresenta regiões ainda intocadas pela ação humana. Seus projetos costumavam envolver longos períodos de convivência e interação com as pessoas que se propôs a fotografar.
Salgado recebeu diversos prêmios internacionais, entre eles o Príncipe de Astúrias, o World Press Photo e o prêmio da Royal Photographic Society. Em 2016, a ONU o nomeou como Mensageiro da Paz. Ele também fez parte da prestigiada agência Magnum e, junto com sua esposa, fundou a Amazonas Images, que gerencia sua obra.
Nos últimos anos, Salgado se concentrou no Instituto Terra, um projeto de reflorestamento criado em sua fazenda no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Esta iniciativa tem replantado milhões de árvores nativas e se tornou um modelo global para a recuperação ambiental, demonstrando seu comprometimento com a ligação entre arte e transformação social.
Em 2014, sua vida e trabalho foram retratados no documentário “O Sal da Terra”, dirigido por Wim Wenders e seu filho, Juliano Ribeiro Salgado. O filme, que foi indicado ao Oscar, apresentou sua trajetória ao público e trouxe reflexões sobre ética, sofrimento e esperança.
Atualmente, o trabalho de Sebastião Salgado continua em destaque. Uma exposição dedicada à sua carreira está em exibição no centro cultural Les Franciscaines, na França, e ficará aberta até 1º de junho de 2025. A mostra, organizada em colaboração com a Maison Européenne de la Photographie, inclui mais de 400 obras do artista, reforçando sua influência no mundo da fotografia.