Centenas de fiéis visitaram a Basílica da Anunciação de Nossa Senhora do Carmo, localizada na cidade de Alba de Tormes, na Espanha, para ver a rara exibição do corpo de Santa Teresa d’Ávila, que viveu entre 1515 e 1582. Esta é a primeira vez em 111 anos que o corpo da santa é mostrado ao público.
Santa Teresa, que morreu há 442 anos, apresenta um estado de conservação impressionante, em grande parte devido ao clima seco e árido da região, que ajudou na preservação dos seus restos mortais.
### Autorização do Papa
Esta mostra acontece apenas pela terceira vez desde a morte da santa. As duas exibições anteriores ocorreram em 1760 e 1914. A exibição atual estará aberta ao público até o dia 25 de maio, quando o corpo retornará à cripta do convento. Para abrir o túmulo, foi necessária a autorização do Papa Francisco, e a reabertura do túmulo ocorreu no final de agosto de 2024, com a ajuda de cientistas e médicos da Itália. Além do corpo, também são consideradas relíquias de Santa Teresa seu coração, um braço e uma mão.
### Segurança do Túmulo
Desde o século 17, o acesso ao túmulo de Santa Teresa é altamente seguro, protegido por um sistema de dez chaves. Três delas pertencem às Carmelitas Descalças, três ao padre geral da ordem em Roma, três ao Duque de Alba e uma ao rei da Espanha. Cada grupo de chaves abre partes específicas do túmulo, como a grade, o cofre de mármore e o cofre de prata.
### Quem foi Santa Teresa d’Ávila
Santa Teresa d’Ávila nasceu em 1515 na cidade de Ávila, na Espanha. Desde jovem, ela queria seguir a vida religiosa e, aos 20 anos, ingressou no Convento da Encarnação, apesar da resistência de seu pai. Durante sua juventude, ela enfrentou uma grave doença e chegou a ser dada como morta, mas se recuperou, acreditando que isso ocorreu por intercessão de São José.
Ela é lembrada por suas reformas na ordem carmelita e pela fundação de vários conventos na Espanha. Seus escritos, como o “Livro da Vida”, são importantes referências na espiritualidade católica, contendo visões e experiências místicas. Santa Teresa foi canonizada em 1622 pelo Papa Gregório XV e, em 1970, se tornou a primeira mulher a ser nomeada Doutora da Igreja pelo Papa Paulo VI.