A atriz e ex-secretária de Cultura Regina Duarte fez uma postagem em suas redes sociais elogiando o filme “Ainda Estou Aqui”, que trata sobre a Ditadura Militar no Brasil, que aconteceu de 1964 a 1985. O longa, dirigido por Walter Salles, está concorrendo em três categorias para o Oscar deste ano. Regina, que já havia gerado polêmica anteriormente por suas opiniões sobre a ditadura, surpreendeu ao descrever Eunice Paiva, mãe do escritor Marcelo Rubens Paiva, como uma “heroína”.
Respondendo a um comentário de um internauta que questionou se havia assistido ao filme, Regina afirmou que viu e achou a direção excelente, o elenco muito bom e destacou a atuação de Fernanda Torres, que respeitou a figura de Eunice. Ela também elogiou a força de Eunice Paiva, dizendo que foi uma “heroína brasileira grandiosa vivendo tempos de comprometimentos difíceis”.
Esse elogio ao filme e à figura de Eunice Paiva surpreendeu muitos seguidores, já que Regina tem um histórico de declarações que minimizam os impactos da Ditadura Militar. Durante seu tempo como secretária de Cultura em 2020, ela fez uma entrevista que gerou controvérsia, onde supostamente defendeu a tortura ocorrida no regime militar. Na ocasião, ela afirmou que não queria olhar para o passado e que sua prioridade era olhar para o futuro e ser construtiva, afirmando que “o que aconteceu nos anos 60, 70, 80, gente, ‘vambora'”, fazendo referência a um jingle da Copa do Mundo que também representava aquele período.
Durante a mesma entrevista, quando mencionada sobre a censura e as mortes ocorridas durante a ditadura, Regina respondeu de maneira descontraída, sugerindo que a morte é uma parte da vida e questionando o motivo pelo qual as pessoas se importavam tanto com o passado. Ao ser lembrada sobre a tortura e a censura, ela defendeu o regime dizendo que “sempre houve tortura” ao longo da história e que não deveria se ficar “arrastando um cemitério de mortos”. Essas declarações levaram a uma forte reação nas redes sociais na época.
Com o novo posicionamento sobre o filme, Regina demonstra uma mudança ou, ao menos, uma duplicidade em suas opiniões sobre o período da Ditadura Militar no Brasil, gerando discussões e perguntas sobre sua verdadeira posição a respeito da história do país.