O Oscar 2025 reconheceu o filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, como o Melhor Filme Internacional. Essa produção, que tem recebido elogios tanto no Brasil quanto no exterior, também concorreu nas categorias de Melhor Atriz, com Fernanda Torres, e Melhor Filme, mas não ganhou nessas categorias. O evento foi realizado no domingo, dia 2 de março, no Dolby Theatre, em Los Angeles, e contou com a presença de muitos talentos do cinema mundial. Durante a cerimônia, mais de 100 pessoas que faleceram no último ano foram homenageadas, incluindo o famoso músico e compositor brasileiro Sérgio Mendes.
Na disputa pelo prêmio de Melhor Filme Internacional, “Ainda Estou Aqui” se destacou entre outras produções bem recebidas pela crítica, como “A Mulher com a Agulha”, “Emília Perez” e “Flow”. O filme já havia tido um desempenho notável em festivais de cinema, recebendo o prêmio de Melhor Roteiro Internacional no Festival de Veneza, onde foi ovacionado por cerca de dez minutos. Além disso, Fernanda Torres também foi premiada com o Globo de Ouro de Melhor Atriz pelo seu papel no filme.
O longa-metragem é baseado na história real do deputado federal Rubens Paiva, que foi preso e morto durante a ditadura militar de 1964 no Brasil. A narrativa acompanha a vida de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, que enfrenta o desafio de sustentar a família sozinha após o desaparecimento do marido. Esta história é inspirada no livro homônimo escrito por Marcelo Rubens Paiva, filho do deputado.
Esta conquista é histórica, pois “Ainda Estou Aqui” é o primeiro filme brasileiro a vencer o Oscar de Melhor Filme Internacional. Antes desta vitória, o Brasil já havia sido indicado cinco vezes a essa categoria, com filmes como “O Pagador de Promessas” (1963), “O Quatrilho” (1996), “O Que É Isso, Companheiro?” (1998) e “Central do Brasil” (1999). Vale lembrar que, embora “Orfeu Negro”, um filme falado em português e rodado no Rio de Janeiro, tenha vencido o Oscar de Melhor Filme Internacional em 1960, o prêmio foi atribuído à França, já que o filme foi uma coprodução entre Brasil, França e Itália, e foi a França que inscreveu a obra para a premiação.