Negligência Médica: Caso de Indenização
Um hospital e um médico cirurgião plástico foram condenados a indenizar uma mulher em R$20 mil por danos morais, devido a um atendimento negligente. A decisão foi do 1º Núcleo de Justiça 4.0 — Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e mudou o que havia sido decidido em Belo Horizonte.
Além da indenização, o hospital e o médico terão que pagar pelos exames necessários e, se for o caso, pela cirurgia para retirar fragmentos de vidro que ficaram na caixa torácica da paciente. Ela só descobriu a presença desse vidro ao fazer uma mamografia de rotina.
A mulher sofreu um acidente de carro e acabou com cortes na região do tórax. Por conta disso, foi levada ao hospital pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Após os primeiros socorros, o médico que atendeu a paciente encaminhou-a para um cirurgião plástico. Ele disse que esse profissional poderia ajudar a minimizar os danos estéticos nos seios.
Ao ser atendida pelo cirurgião plástico, a paciente reclamou que o médico não seguiu os cuidados necessários no atendimento. Segundo ela, o cirurgião não fez a limpeza, higienização e desinfecção correta da lesão, apenas secou os ferimentos e fez a sutura. Assim, ele não percebeu que havia um corpo estranho no ferimento, o que foi considerado negligência.
Com o passar do tempo, a ferida infeccionou. Quando a paciente voltou ao hospital, outro médico simplesmente receitou uma pomada. Isso acabou aumentando a situação, porque o problema original não foi resolvido.
O hospital, por sua vez, disse que não poderia ser responsabilizado por algo que ocorreu com um atendimento prestado por um terceiro. Na primeira instância, o juiz analisou um laudo e decidiu que não havia falha no atendimento do cirurgião plástico. Com isso, negou os pedidos da paciente.
Mudança na Decisão
A mulher, insatisfeita com a decisão, resolveu recorrer. O relator do caso, desembargador José Maurício Cantarino Villela, decidiu mudar a sentença inicial. Para ele, houve, sim, falha no atendimento do cirurgião plástico.
Ele afirmou que o paciente que, após receber os cuidados de saúde, acaba descobrindo um fragmento de vidro no corpo devido a um acidente, sofre um dano moral. Isso porque, em vez de um tratamento adequado, a paciente simplesmente recebeu um atendimento que não resolveu seu problema.
O magistrado também destacou que se o cirurgião que atendeu a paciente não foi cuidadoso ao verificar a área da lesão, ele agiu de forma negligente. É por isso que ele deve ser considerado responsável pelos danos causados.
Os desembargadores Marcelo Rodrigues e Luiz Carlos Gomes da Mata concordaram com o relator e votaram a favor da mudança de decisão.
Nesse tipo de caso, é crucial que os profissionais da saúde tenham atenção máxima nos atendimentos, especialmente em situações de emergência. A negligência em um atendimento pode ter consequências sérias para os pacientes, não apenas em relação à saúde física, mas também no que diz respeito ao bem-estar emocional.
É fundamental que os hospitais e médicos estejam sempre afinados com as diretrizes de atendimento e que os pacientes se sintam seguros e acolhidos. Uma abordagem responsável e cuidadosa é a chave para evitar tragédias e problemas futuros.
Portanto, o caso serve como um alerta para todos os profissionais da saúde. A atenção aos detalhes faz toda a diferença. Além disso, os pacientes devem sempre procurar realizar exames regulares, pois, assim como a mulher do caso, muitas vezes, problemas graves podem não ser detectados imediatamente.
A história também mostra que, se um paciente sentir que não recebeu o atendimento adequado, ele pode buscar seus direitos. Existem caminhos legais para fazer valer a responsabilização de quem não cumpriu com as suas obrigações, visando à justiça.
Por fim, a atuação do sistema judiciário, nesse caso, demonstra a importância de assegurar que os médicos e instituições de saúde sejam responsabilizados por suas ações. A importância do devido cuidado com os pacientes não pode ser subestimada.
Em caso de experiências semelhantes, é essencial que o paciente busque orientação e, se necessário, faça denúncias para que outros não passem pela mesma situação. Afinal, é um direito de todos receber um atendimento de saúde de qualidade, livre de negligências. Isso garante não apenas a saúde física, mas também a tranquilidade emocional necessária em momentos difíceis.