Atualmente, a Meta está passando por um processo na justiça, defendendo-se de um caso antitruste contra a FTC, a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos. O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, tem enfrentado várias rodadas de perguntas na corte sobre as compras do Instagram e do WhatsApp e seus motivos para adquirir aplicativos que poderiam ser concorrentes.
Muita coisa que foi discutida até agora já era de conhecimento público. É sabido que a Meta comprou o Instagram porque viu uma oportunidade para expandir a plataforma. E não podemos esquecer que a Meta também tentou comprar o Snapchat em 2013 e novamente em 2016. Mas o TikTok despontou como uma ameaça real para os negócios da Meta.
Esses pontos já foram amplamente debatidos antes, e fica difícil ver como a FTC conseguirá provar que a Meta tem um monopólio nas redes sociais e no marketing digital quando há tantos concorrentes no mercado. Porém, alguns detalhes que surgiram falam sobre tendências mais amplas e ajudam a entender como a Meta está lidando com o seu negócio.
Por exemplo, Zuckerberg admitiu que o Facebook está perdendo usuários para outros aplicativos quando o assunto é o tempo que as pessoas passam online. Ele testemunhou que a participação do Facebook e do Instagram no tempo que as pessoas investem em redes sociais “caiu significativamente”. Ele ainda ressaltou que a interação direta entre amigos agora está concentrada em aplicativos de mensagens.
Esse ponto não é nada novo, visto que a mudança para apps de mensagens tem sido bastante discutida. Começar a falar abertamente sobre a queda do tempo que os brasileiros estão usando o Facebook e o Instagram é um sinal importante, uma vez que a Meta costuma evitar esse tipo de assunto.
Lá atrás, a Meta costumava atualizar regularmente sobre o tempo médio que os usuários passavam em suas plataformas. Por exemplo, em 2016, revelaram que os usuários gastavam mais de 50 minutos por dia usando o Facebook, Instagram e Messenger. Mas, depois disso, pararam de divulgar essas infos. Isso pode indicar que o tempo usado nas plataformas não aumentou tanto nos últimos tempos.
Isso não significa que Facebook ou Instagram não sejam populares, já que ambos têm bilhões de usuários. Mas, com o passar do tempo e com base em pesquisas externas, a galera está passando cada vez menos tempo em cada um desses apps, enquanto o uso do TikTok cresce aos montes.
Um estudo publicado este ano revelou que, nos Estados Unidos, os usuários do TikTok estão passando em média 108 minutos por dia no app, enquanto quem usa o Facebook fica ativa por cerca de 63 minutos, e os usuários do Instagram por 48 minutos. Esses números ainda parecem altos, considerando o número total de usuários. A média inclui desde quem só entra para ver o aniversário da galera até quem rola a tela sem parar.
Mas, comparando, esses dados mostram que a galera está passando quase o dobro do tempo no TikTok do que no Facebook. E isso é após o Facebook ter visto um aumento no uso nos últimos anos, ao injetar mais e mais Reels recomendados por inteligência artificial.
A Meta não compartilhou números específicos sobre o tempo que os usuários passam em seus apps, mas é interessante notar a declaração de Zuckerberg de que ambos os aplicativos sofreram reduções “significativas” na interação geral.
Outro ponto relevante que saiu da fala dele é que, em algum momento, ele mencionou a possibilidade de apagar todas as redes sociais dos usuários para reviver o engajamento no Facebook. Essa ideia pode até fazer sentido. Com o tempo, as redes sociais das pessoas ficaram tão abarrotadas de contas de marcas e perfis de fãs, que muitas vezes aceitaram pedidos de amizade de pessoas com quem nem se importam mais.
Um “refresh” poderia melhorar a relevância das notificações e dos algoritmos da plataforma, tornando a experiência mais interessante. A Meta, no entanto, não seguiu por esse caminho. Mas, como o Zuckerberg tem falado sobre voltar à “essência do Facebook”, não sei se essa ideia poderia ser revisitada.
O caso entre a FTC e a Meta está sendo analisado em um tribunal federal e pode levar até dois meses para ser decidido. Até agora, com as evidências que foram apresentadas, parece bem difícil que a Meta perca e tenha que se desfazer do Instagram e do WhatsApp.
Enquanto isso, a situação continua a ser acompanhada de perto, e a expectativa é ver como a Meta vai se adaptar a essas mudanças no cenário das redes sociais. A gente tá acompanhando e torcendo pra ver quais serão os próximos passos! É isso, tamo junto!