Em 2022, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, teve uma ideia considerada radical para o Facebook: apagar todos os amigos dos usuários da plataforma. Esta informação veio à tona durante um julgamento antitruste nos Estados Unidos, onde Zuckerberg foi chamado a Depor contra a sua própria empresa, a Meta. Esse processo judicial pode levar à divisão da gigante das redes sociais.
Em um e-mail interno enviado em 2022 para os principais executivos do Facebook, Zuckerberg expressou sua preocupação com o fato de que a plataforma estava perdendo relevância cultural. Ele sugeriu que uma ideia “potencialmente louca” seria eliminar todos os “gráficos” de amigos dos usuários – termo que ele usa para se referir às conexões de amizade no Facebook.
Tom Alison, o chefe do Facebook, respondeu ao e-mail com ceticismo, afirmando que não via viabilidade na proposta, principalmente porque a função de amizade era muito importante para o Instagram, outra plataforma da Meta. Zuckerberg não se convenceu das preocupações de Alison e questionou o quanto seria difícil mudar os perfis para um modelo onde as pessoas poderiam “seguir” em vez de serem “amigas”.
Durante o julgamento, que ocorreu em um tribunal federal em Washington, Zuckerberg confirmou que o Facebook nunca implementou sua ideia drástica. Ele comentou que a plataforma evoluiu bastante desde sua criação e que seu foco atual não é mais apenas conectar amigos, mas também servir como um espaço de descoberta e entretenimento.
A Comissão Federal de Comércio (FTC) dos Estados Unidos está processando a Meta, acusando-a de monopolizar aplicativos que permitem compartilhar conteúdo com amigos e familiares. Segundo a FTC, a parte relacionada a amigos atualmente perdeu importância na operação do Facebook. O feed da plataforma se transformou em um espaço mais voltado para descobertas e entretenimento, conforme afirmou Zuckerberg.
O caso da FTC aponta que a Meta violou leis de concorrência ao adquirir o Instagram em 2012 e o WhatsApp em 2014, ações que teriam sido parte de uma estratégia para eliminar concorrentes e dominar o setor de redes sociais. A FTC argumenta que essas aquisições foram uma forma de garantir a posição monopolista da empresa, como reflete um e-mail de Zuckerberg de 2008, no qual ele disse que “é melhor comprar do que competir”.
No início do julgamento, o advogado da FTC afirmou que a Meta solidificou sua posição monopolista e obteve lucros exorbitantes que não seriam esperados em um cenário competitivo. Por outro lado, um advogado da Meta rebateu, dizendo que o processo é confuso e contradiz os fatos e a lei, defendendo que as compras do Instagram e WhatsApp foram legais e que a Meta enfrenta forte concorrência de empresas como TikTok e YouTube.
Esse julgamento pode ter grandes consequências para o futuro da Meta. Se a FTC vencer, a empresa pode ser obrigada a vender o WhatsApp e o Instagram. O processo deve durar até oito semanas e será decidido apenas por um juiz, sem a presença de um júri.