Michael Townsend, um pai de 50 anos que vive na Costa Dourada, na Austrália, partilha sua experiência como pai mais velho. Ele e sua esposa, Asha, se tornaram pais de Georgie quando Michael tinha 44 anos e Asha, 40.
Desde pequeno, Michael sempre quis ter filhos. Ele cresceu em uma família grande com três irmãs e tinha laços fortes com elas. No entanto, ele só conheceu Asha mais tarde na vida, o que atrasou a realização desse desejo. O casal se conheceu em um aplicativo de namoro em 2011. Após algumas semanas conversando online, eles se encontraram e logo se deram bem. Michael se lembra de que, durante o primeiro encontro, ele havia solicitado que o namorado da irmã ligasse para ele como uma forma de ter uma “saída” caso a situação não fosse boa. No entanto, foi a melhor noite que ele já teve, e o encontro terminou com um passeio na praia ao pôr do sol e seu primeiro beijo.
Ambos estavam em seus 30 anos e sentiam que havia algo especial ali. Por conta disso, logo passaram a se encontrar com frequência e, depois de três meses de namoro, decidiram morar juntos.
A conversa sobre ter filhos começou cedo na relação. Michael sempre desejou ter filhos, enquanto Asha tinha dúvidas, pois não havia encontrado a pessoa certa até então. Após conversarem, eles resolveram tentar engravidar. Primeiro, tentaram de maneira natural, mas enfrentaram alguns desafios, incluindo algumas perdas gestacionais. Depois, decidiram optar pela fertilização in vitro (IVF) e passaram por cinco ciclos ao longo de dois anos, um processo difícil e desgastante, especialmente para Asha.
Após três anos tentando engravidar sem sucesso, o casal decidiu mudar de vida. Eles deixaram seus empregos — Michael trabalhava em um cargo estressante de engenharia, enquanto Asha cuidava de animais — e compraram uma caravana para viajar. Passaram dois meses e meio na estrada, e foi em um parque de caravanas em Uluru, no Território do Norte, que finalmente conceberam Georgie. A confirmação veio quando Asha fez um teste de gravidez num local de águas termais, e as duas linhas na fita fizeram com que os dois chorassem de felicidade, depois de tanto tempo tentando.
Georgie nasceu em abril de 2019, e para Michael e Asha, ter a filha foi algo incrível, embora houvesse uma adaptação necessária. Michael estava acostumado a ter sua vida centrada em si mesmo antes da chegada da filha, mas logo percebeu que o amor que sentia por Georgie superava tudo isso. Ele fala como a dinâmica da casa mudou, com ele fazendo sacrifícios, como abrir mão de saídas com amigos e noites de sono, para que sua filha pudesse ter o que precisa.
Hoje, quase seis anos depois, Georgie se tornou a companheira inseparável de Michael. Eles fazem muitas atividades juntos, como nadar na piscina, brincar e passear de scooter até a escola, onde ela está aprendendo a andar de bicicleta sem rodinhas. Asha também participa, se divertindo fazendo artesanato com a filha em casa.
No entanto, ser pais mais velhos traz seus desafios. Michael reconhece que sua energia não é a mesma de quando era mais jovem e que, ao voltar a trabalhar em engenharia, pode ser estressante conciliar a vida profissional e a criação de uma criança. Apesar disso, ele e Asha estão financeiramente mais estáveis, o que é um alívio. E, de alguma maneira, Georgie os mantém ativos e traz vibrações positivas para a casa.
Ele acredita que ser um pai mais velho traz também a vantagem de estar mais disposto a fazer sacrifícios, pois já viveram muitas experiências na vida. Michael, que sempre amou viajar, agora não sente mais a necessidade de fazer isso, pois encontra alegria em estar presente para Georgie.
Uma das suas maiores alegrias é acompanhar o crescimento da filha e os pequenos momentos do dia a dia, como os abraços e beijos que trocam. Ele a acha encantadora, especialmente quando ela imita algumas das suas palhaçadas. Recentemente, ele disse “Boomshakalaka”, e ela passou o resto do dia repetindo isso, o que fez Michael rir muito.
Para aqueles que pensam em ser pais mais tarde na vida, Michael aconselha que sigam em frente. Ele sente que esperar foi a escolha certa para ele e Asha, pois estavam prontos quando o momento chegou. Sua única tristeza é não ter conseguido ter dois filhos, já que gostaria que Georgie tivesse um irmão ou irmã para brincar junto.