Em uma entrevista realizada nesta terça-feira, 18 de outubro, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) abordaram a atual situação política do Brasil, a dificuldade enfrentada por seus aliados e as questões judiciais que envolvem a oposição ao governo.
Durante a conversa, Bolsonaro criticou fortemente as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), com foco particular no ministro Alexandre de Moraes. Ele afirmou que há uma perseguição judicial contra ele e seus apoiadores, e enfatizou que a atual administração federal está ameaçando a democracia no país. Para o ex-presidente, a única maneira de trazer de volta a normalidade seria com ajuda externa, pois acredita que a paz e a democracia não podem ser alcançadas internamente neste momento.
Uma das questões centrais da entrevista foi a situação dos presos que participaram dos eventos de 8 de janeiro, quando houve uma invasão ao Capitólio, em Brasília. Bolsonaro mencionou que há mulheres, algumas com filhos pequenos, cumprindo pena por atitudes que nem mesmo poderiam imaginar serem consideradas crimes. Ele avaliou as condenações como desproporcionais. Além disso, ele se referiu ao inquérito sobre a tentativa de golpe, criticando a falta de transparência nas investigações e questionou porque suas defesas não têm acesso completo aos autos.
Bolsonaro também comentou sobre sua inelegibilidade, que, segundo ele, foi baseada em razões fracas, incluindo encontros com embaixadores e discursos públicos. Ele acredita que isso serve a um plano para impedir sua candidatura à presidência em 2026. O ex-presidente acredita que mudanças na composição dos tribunais poderiam reverter essa situação.
Outro tema debatido foi um ato recente em Copacabana, que pedia a anistia para os presos do 8 de janeiro. Bolsonaro contestou os números apresentados pela mídia sobre o número de participantes do ato e afirma que apenas seus aliados têm a capacidade de reunir grandes grupos. Ele convidou seus seguidores a se mobilizarem novamente e pressionarem o Congresso para aprovar um projeto de anistia, afirmando que, neste momento, há força suficiente para isso.
Eduardo Bolsonaro, que se encontra atualmente nos Estados Unidos, destacou que escolheu ficar fora do Brasil por questões de segurança e liberdade. Ele mencionou que não sente confiança para voltar, mesmo depois de um pedido de apreensão de seu passaporte ter sido arquivado. Eduardo expressou que está em contato com políticos americanos para denunciar o que considera perseguição política no Brasil, citando algumas figuras como Matt Gaetz e comentando sobre um projeto de lei que prevê sanções contra Moraes e outros envolvidos em ações consideradas censura.
Ele também planeja participar de audiências no Congresso dos EUA para expor a situação política brasileira, embora tenha notado que o governo Biden não demonstrou muito interesse nisso. Ao final da entrevista, Bolsonaro criticou os acordos feitos entre o governo brasileiro e a China, alertando que isso poderia comprometer a soberania do país, referindo-se a acordos relacionados à exploração de urânio na Amazônia.
A entrevista ressalta a preocupação dos ex-presidentes e seus seguidores com a situação política atual e a agressividade das ações judiciais contra sua oposição.