A série Pixel 9 foi lançada em agosto do ano passado e trouxe recursos impressionantes de inteligência artificial, conhecidos como Gemini. Dentre essas novidades, destacam-se as habilidades de geração de imagens, que acabaram sendo utilizadas de maneira inadequada. O que deveria ser uma ferramenta criativa, agora levanta preocupações. Após cerca de dois meses, a Google começou a trabalhar nos problemas relacionados às funcionalidades do Pixel Studio e Reimagine.
Os ajustes feitos se limitam a rotular as imagens criadas pela inteligência artificial como sendo geradas por ela, mas isso ainda não é suficiente para evitar abusos. Em março deste ano, a Google anunciou uma grande atualização do Gemini, melhorando a personalização e apresentando o modelo Gemini 2.0 Flash Thinking Experimental. Essa versão foi elogiada pela capacidade de aprimorar relatórios de pesquisa e personalizar utilizações, deixando a IA mais pessoal.
O Gemini 2.0 Flash, apesar das melhorias, mostrou-se extremamente eficiente na criação e edição de imagens. Essa competência também pode ser usada de forma inadequada. Por exemplo, os usuários desse modelo descobriram que é possível remover marcas d’água de imagens da internet de maneira bastante fácil. Isso cria a possibilidade de que qualquer um possa roubar imagens protegidas por direitos autorais, o que pode resultar em ações judiciais.
É possível que você tenha visto imagens geradas pelo Gemini 2.0 Flash em postagens de redes sociais. Essas postagens geralmente destacam as habilidades impressionantes das ferramentas de geração de imagem da Google. O recurso está disponível gratuitamente no AI Studio da empresa.
Alguns usuários do Gemini 2.0 Flash perceberam que a IA pode ser instruída a remover marcas d’água de fotos, e a resposta da IA é rápida e eficiente. Os resultados são bons, mesmo em imagens que têm muitas marcas d’água. Para quem já comprou imagens protegidas na internet, sabe que elas costumam estar cheias dessas marcas para impedir que sejam cortadas ou usadas de forma irregular.
Esse recurso de remoção de marcas d’água no Gemini 2.0 Flash funciona em um piscar de olhos, como o nome sugere. Os resultados não são perfeitos, mas a qualidade é suficiente para brincar com a criatividade. É provável que a Google não tenha imaginado que as pessoas usariam o Gemini 2.0 Flash para esse fim. Apesar do aviso da empresa, a IA ainda pode gerar imagens que podem ser facilmente manipuladas.
Curiosamente, as novas imagens geradas já ganham uma marca d’água do Gemini em um dos cantos, indicando que foram criadas por uma inteligência artificial. Essa é uma boa medida de segurança, mas, de forma simples, um golpe de vista pode acabar cortando essa marca, permitindo que a imagem seja usada como se fosse original.
Outros usuários, como os do Reddit, destacaram que existem outros softwares que podem remover marcas d’água de fotos. No entanto, a habilidade do Gemini 2.0 Flash torna esse processo tão fácil que qualquer um consegue fazer. Não é preciso aprender um bocado de coisas novas ou ter habilidades avançadas. Basta digitar uma ordem para que a IA realize a tarefa.
Embora eu não tenha testado a função de remoção de marcas d’água do Gemini 2.0 Flash, muitas pessoas já conseguiram utilizá-la. Acredito que isso seja um bug que a Google deve corrigir em futuras atualizações. É bem provável que versões futuras do AI Studio não ofereçam mais a opção de remover marcas d’água.
Fico surpreso que a Google não tenha considerado essa questão antes de lançar as atualizações do Gemini 2.0 Flash, especialmente após as críticas relacionadas às funções de geração de imagens do Pixel 9, que careciam de medidas de proteção. Dar tanta liberdade à inteligência artificial pode gerar um burburinho que atraia a atenção, mas também poderá resultar em processos judiciais.
Com tudo isso, a situação é preocupante. A tecnologia pode proporcionar muitas coisas boas, mas também é necessária responsabilidade na sua veiculação e uso. A Google, assim como outras empresas de tecnologia, precisa encontrar um equilíbrio entre inovação e proteção dos direitos autorais.
Sendo assim, a proteção à propriedade intelectual deve ser sempre levada em consideração. Imagens valiosas e o trabalho de artistas precisam ser respeitados. E enquanto o Gemini 2.0 continui a evoluir, é fundamental que implementações seguras sejam urgentes. A inovação é bem-vinda, mas não pode atropelar os direitos de quem produz.
Os usuários devem ter consciência da responsabilidade que vem com o uso de novas tecnologias. A criatividade deve andar lado a lado com a ética. O potencial da inteligência artificial é enorme, mas é preciso que todos se impliquem em usar essas ferramentas de forma correta e responsável.
O futuro da inteligência artificial e das ferramentas de geração de imagem depende da consciência coletiva. Ao mesmo tempo, as grandes empresas precisam estar atentas às falhas que podem abrir brechas para abusos e garantir que suas inovações não prejudiquem quem criou algo original.
Por fim, a caminhada da tecnologia está cheia de desafios. É necessário compartilhar experiências, ideias e a visão sobre como podemos usar novas ferramentas e espaços digitais para promover criação, mas sem esquecer que por trás de cada imagem e conteúdo, sempre existem artistas e criadores que merecem ser respeitados.