O Governo de Goiás está em negociação para criar uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE) no Porto Seco de Anápolis. O objetivo dessa iniciativa é atrair data centers focados em Inteligência Artificial (IA). Durante o IV Congresso Brasileiro de Gestores Governamentais, realizado em Goiânia, o secretário-geral do Estado, Adriano da Rocha Lima, explicou que essa proposta faz parte de um conjunto de ações que começaram em 2019, com a intenção de transformar Goiás em um destino competitivo para grandes empresas do setor.
Adriano mencionou que as negociações para a ZPE estão progredindo bem. Esse modelo é visto como uma forma eficaz de oferecer benefícios tributários para as grandes empresas de tecnologia que querem se estabelecer no país. Ele destacou que a Zona de Processamento de Exportação pode ser uma solução viável para a instalação de data centers em Goiás.
O secretário ressaltou que o estado possui diversas características que atraem investidores, como energia limpa e abundante, centros de pesquisa especializados e um marco legal que vem sendo desenvolvido ao longo dos últimos anos. Com essas vantagens, Goiás se posiciona, até 2025, como um lugar promissor para receber grandes data centers.
Esse movimento acontece em um contexto de crescente demanda global por infraestrutura para Inteligência Artificial. Adriano observou que a oferta de data centers ainda é insuficiente para atender ao aumento desse tipo de tecnologia. Ele citou que alguns países estão até considerando construir usinas nucleares para suprir a necessidade de energia para esses centros. Goiás, segundo ele, tem o potencial para se tornar um dos destinos favoritos para esses investimentos.
Além da criação da ZPE e dos incentivos tributários, Goiás também aprovou uma legislação específica para IA em maio e instituiu o Núcleo de Excelência de Inteligência Artificial (NEIA). Esse grupo multidisciplinar é responsável por discutir questões éticas, de transparência e diretrizes relacionadas ao uso da IA no governo e na sociedade, incluindo representantes da academia, do setor produtivo e do poder público.
O NEIA foi criado devido à complexidade do tema, já que ainda não há um conhecimento completo sobre todas as nuances da Inteligência Artificial. O espaço visa debater questões que envolvem ética, tecnologia e as implicações futuras desse campo.
Com a proposta da ZPE em Anápolis, o governo pretende consolidar a cidade como um polo estratégico na nova economia digital. A localização, a infraestrutura existente e o crescente interesse de empresas internacionais por regiões que oferecem segurança regulatória e estabilidade energética são fatores chave dessa estratégia.