Quatro ex-funcionários de uma startup de tecnologia de lítio entrarão com um processo contra a empresa, alegando terem sido expostos a produtos químicos tóxicos que resultaram em problemas de saúde. A startup, chamada Lilac Solutions, que recebeu investimentos de Bill Gates, respondeu com uma contra-ação, acusando os ex-trabalhadores de violar segredos comerciais.
Os ex-colaboradores alegam em uma ação de 60 páginas que foram demitidos após alertarem a alta administração sobre a exposição excessiva a poeiras e gases perigosos em um armazém de Oakland, na Califórnia, que tinha pouca ventilação. Eles afirmam que a empresa ignorou suas reclamações sobre as condições de trabalho, que incluíam a falta de equipamentos de proteção adequados.
O processo destaca que os ex-funcionários, identificados como Michael Mitchell, Khiry Crawford, Tyler Echevarria e Anthony McCune, trabalharam na fábrica da Lilac onde ajudavam a fabricar pequenas esferas cerâmicas usadas para extrair lítio de salmouras. De acordo com a ação, as esferas continham compostos químicos tóxicos e perigosos, sendo um deles descrito como “Composto A”, que continha uma substância chamada “Químico 1”, capaz de causar intoxicação.
Os trabalhadores relatam que a Lilac armazenava o Composto A de maneira inadequada, com sacos rasgados empilhados no chão, permitindo que partículas se espalhassem no ar. Testes realizados confirmaram que os ex-funcionários estavam sendo expostos a níveis perigosos de Químico 1 durante o trabalho, resultando em sintomas como dores respiratórias, dificuldades para respirar, distúrbios gástricos, tremores e insônia severa.
Além disso, a ação judicial afirma que, antes de trabalhar na Lilac, todos os ex-funcionários eram saudáveis, mas desenvolveram problemas de saúde durante e após seu tempo na empresa. Durante o período em que trabalharam na Lilac, de 2021 até 2024, os ex-funcionários alertaram constantemente sobre os perigos dos materiais com os quais lidavam, mas a empresa não tomou medidas adequadas para melhorar a ventilação do armazém.
O processo também menciona que, no dia 16 de janeiro de 2024, os ex-funcionários foram demitidos sob a justificativa de “redução de pessoal”. Segundo os ex-colaboradores, suas queixas sobre a saúde e segurança no trabalho contribuíram para a decisão de demissão. Eles alegam que a empresa violou leis trabalhistas da Califórnia e retaliou seguidores que denunciaram suas irregularidades.
A Lilac, por sua vez, apresentou uma contra-ação no final de janeiro, alegando que os ex-funcionários quebraram acordos de confidencialidade ao divulgar informações sobre os processos e produtos da empresa. Em sua defesa, a empresa afirma que suas práticas e processos são únicos e sigilosos.
Um advogado que representa os ex-trabalhadores considera que a contra-ação da Lilac é uma tentativa de intimidar seus clientes e alega que as informações contestadas podem ser encontradas publicamente. Ele também afirmou que estão tomando medidas legais para contestar a ação da Lilac, alegando que ela é sem mérito e uma tentativa de silenciar denúncias legítimas.