O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou Gleisi Hoffmann, atual presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, para assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República. Essa secretaria será responsável pela articulação política do governo e tem como função principal a construção de relações com diferentes parlamentares e partidos.
Gleisi Hoffmann ocupará a posição que até então era de Alexandre Padilha, que foi escolhido para o Ministério da Saúde após a demissão de Nísia Trindade. A cerimônia de posse de Gleisi está marcada para o dia 10 de março, logo depois do Carnaval, momento em que ela deverá iniciar suas atividades à frente da SRI.
Antes de fazer o convite oficial, Lula consultou alguns de seus aliados sobre a indicação de Gleisi. No entanto, alguns integrantes do governo expressaram suas preocupações em relação a essa escolha. A Secretaria de Relações Institucionais é fundamental para a articulação política, e o fato de a nomeação ter sido confirmada sugere que Lula está buscando solidificar sua base de apoio no Congresso.
No início do ano, Gleisi já havia sido cogitada para outro cargo importante, a Secretaria-Geral da Presidência, mas quem ocupa essa posição atualmente é Márcio Macêdo, que lida com o relacionamento do governo com movimentos sociais.
Gleisi Hoffmann é conhecida por ter um estilo combativo, o que contrasta com a capacidade de conciliação que alguns representantes do governo podem ter. Desde que assumiu a liderança do PT em 2017, ela teve algumas desavenças políticas, mas seus apoiadores reconhecem sua habilidade de articulação, especialmente na campanha que levou Lula à presidência em 2022.
Com a nomeação de Gleisi, espera-se que ela ganhe mais influência no governo. Neste momento, outras figuras-chave, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, são responsáveis por decisões estratégicas. Com sua nova posição, Gleisi poderá tomar decisões que, em algumas questões, podem se opor às de outros ministros.
Além disso, a deputada já teve divergências com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Desde o começo de 2023, ela vem tentando fazer com que o governo se alinhe mais à esquerda. Quando assumir o novo cargo, será necessário que ela modere suas posturas. Antes de ser oficialmente nomeada, Gleisi precisará se desligar da presidência do PT, o que deve ocorrer antes de junho.