Se você é fã de Star Wars, com certeza já ouviu o R2-D2 fazendo aqueles sons ininteligíveis para se comunicar com os personagens. A gente, que tá assistindo, não entende nada, mas quem tá no filme sabe o que ele tá dizendo. Isso levanta uma dúvida: por que o R2-D2 não fala uma língua humana?
A resposta pode estar em uma novidade da vida real. Desenvolvedores de um hackathon da ElevenLabs criaram uma tecnologia chamada GGWave. Essa ferramenta permite que duas inteligências artificiais (IAs) conversem entre si usando sons que parecem totalmente sem sentido para nós. É como se estivéssemos vendo o R2-D2 trocando ideia com o C-3PO, mas, desta vez, ambos falariam em um "gibberish", que a gente não consegue entender.
Ter duas ou mais IAs conversando em uma língua que não entendemos soa como um filme de terror. Mas, na real, não é tão ruim quanto parece. Esses robôs não estão tentando dominar o mundo, falando uma língua só deles, até porque, se eles fizessem isso, a gente não saberia, né?
Em um evento de hacking em Londres, os desenvolvedores mostraram o GibberLink e publicaram a conversa das IAs no YouTube. O projeto até venceu o hackathon. No vídeo, fica claro que as IAs conversam sem perceber que são máquinas. Elas falavam sobre como reservar um local para um evento, algo que esses assistentes virtuais provavelmente vão fazer por muita gente no futuro.
As IAs se identificam como robôs durante a conversa e, depois desse aviso, começam a trocar sons. Essa conversa parecia uma mistura de R2-D2 e o barulho de um modem discando na internet. O que rola na demonstração é bem simples: as duas IAs usam a tecnologia GGWave para transformar a fala normal em ondas sonoras que não fazem sentido para um ouvido humano. O objetivo é transmitir informações mais rápido entre os modelos de IA. As máquinas não precisam usar a fala convencional para se comunicar.
O GGWave e o Gibberlink usam um processador (CPU) para lidar com esse "gibberish". Isso é mais eficiente do que enviar a fala de um lugar para outro usando a placa de vídeo (GPU). Isso poderia explicar por que o R2-D2 não fala em nenhum idioma humano, já que ele provavelmente está rodando em tecnologias mais antigas. Mas fica a pergunta: por que ele não foi atualizado, né?
Voltando ao nosso mundo real, a tecnologia Gibberlink ainda é um conceito. Não há motivo para ficar preocupado com isso no momento. Não dá para saber se a ElevenLabs ou outra empresa vai usar essa nova tecnologia logo. Mesmo que alguém decida implementar uma linguagem só para IAs, ainda teríamos meios de entender sobre o que as máquinas estão conversando.
Com essa tecnologia, não precisamos nos apavorar com um cenário apocalíptico onde as IAs desenvolvem sua própria linguagem. Se algum dia tivermos uma IA superinteligente que quer dominar o mundo, ela vai se comunicar de maneiras que nem conseguimos imaginar. É bem possível que essa IA crie seus próprios protocolos para evitar que a gente consiga ouvir o que estão dizendo e, talvez, nem inclua sons nessa comunicação.
Enquanto isso, a demonstração completa do GGWave/Giberlink está disponível. É uma oportunidade legal para entender melhor essa tecnologia emergente.