A vaginose bacteriana é uma infecção que acontece na vagina devido a uma alteração na microbiota natural da região. Essa mudança faz com que algumas bactérias, que costumam estar presentes, como a Gardnerella vaginalis, se multipliquem em demasia, causando desconfortos e sintomas de infecção.
Os sintomas típicos da vaginose bacteriana são bastante incômodos e podem incluir coceira intensa, ardor ao urinar, um odor desagradável e um corrimento que pode ser branco, acinzentado ou até mesmo amarelado-esverdeado. Esses sinais podem ser bem incômodos, mas o bom é que a infecção é tratável com antibióticos. Por isso, é importante ir ao ginecologista para um diagnóstico correto e início do tratamento.
O corrimento da vaginose bacteriana geralmente é aquoso ou com aspecto bolhoso. Tem um cheiro bem forte, que lembra o de peixe podre, e costuma ficar mais intenso após relações sexuais ou durante o período menstrual.
O diagnóstico de vaginose bacteriana é feito por um ginecologista. Ele avalia os sintomas, faz um histórico da saúde da paciente e realiza um exame ginecológico para observar o corrimento e as características da vagina. Às vezes, o médico pode coletar uma amostra do corrimento para enviar ao laboratório, só para ter certeza e descartar outras infecções que podem ter sintomas parecidos.
Algumas mulheres com vaginose bacteriana podem não apresentar sintomas, e a infecção pode ser descoberta durante uma consulta de rotina. Os sintomas tendem a aparecer mais frequentemente após o sexo ou perto do período menstrual.
Se tratando do aspecto do corrimento, ele é predominantemente branco acinzentado, mas também pode ter uma coloração amarelo-esverdeada. Além disso, o cheiro característico é uma das principais características para se identificar a infecção.
Para confirmar a presença da vaginose bacteriana, o médico considera alguns critérios, como a quantidade do corrimento, o pH da secreção e a presença do odor característico. A identificação de bactérias e alterações nas células vaginais observadas em exames laboratoriais também ajudam no diagnóstico.
A vaginose bacteriana acontece devido ao desequilíbrio da microbiota vaginal, que é composta principalmente por lactobacilos. Esses bacilos ajudam a manter o pH ácido da vagina, protegendo-a contra infecções. Quando ocorre uma proliferação excessiva de bactérias, como a Gardnerella vaginalis, e uma redução nos lactobacilos, a infecção se instala.
Algumas situações podem aumentar o risco de ter vaginose bacteriana. Por exemplo, duchas vaginais frequentes, ter muitas relações sexuais com vários parceiros, ter alguma infecção sexualmente transmissível, usar DIU e até mesmo estar menstruada podem facilitar o desenvolvimento da infecção. Essas circunstâncias fazem com que diminua a quantidade dos lactobacilos, permitindo que bactérias como a Gardnerella, Prevotella, Mycoplasma e Ureaplasma cresçam de forma descontrolada.
Importante lembrar que a vaginose bacteriana não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), já que ela surge devido ao desequilíbrio da microbiota vaginal normal. Contudo, se não tratada, a vaginose pode aumentar o risco de contrair ISTs, como HIV, herpes genital, gonorreia e clamídia.
O tratamento da vaginose bacteriana deve sempre ser feito com a orientação do ginecologista. O objetivo é eliminar as bactérias em excesso e restaurar a microbiota vaginal. Os principais medicamentos utilizados no tratamento são antibióticos, que podem ser administrados em forma de comprimidos, como metronidazol, clindamicina e tinidazol. O período de tratamento geralmente varia de 5 a 7 dias.
Além dos comprimidos, o médico pode indicar pomadas vaginais, como as de metronidazol ou clindamicina, que devem ser aplicadas internamente. O metronidazol também pode ser encontrado em forma de óvulos vaginais. Durante o tratamento, é recomendado usar preservativo e evitar bebidas alcoólicas.
Na maior parte dos casos, a vaginose não provoca grandes complicações. No entanto, em pessoas com o sistema imunológico comprometido, pode levar a infecções mais sérias, como a doença inflamatória pélvica. Além disso, não tratar a vaginose pode aumentar o risco de contrair outros tipos de infecções sexualmente transmissíveis.
Mulheres grávidas devem ter atenção extra, já que a vaginose pode aumentar o risco de aborto, parto prematuro ou de o bebê nascer com peso abaixo do normal. É importante que essas mulheres façam acompanhamento médico adequado.
Para prevenir a vaginose bacteriana, algumas dicas são importantes. Evitar duchas vaginais, sempre usar preservativo, limitar o número de parceiros sexuais e optar por roupas mais soltinhas são algumas atitudes que podem ajudar. Além disso, usar calcinhas de algodão e fazer consultas ginecológicas pelo menos uma vez ao ano também são práticas recomendadas.
Essas simples mudanças no dia a dia podem ajudar a manter a saúde vaginal em dia e evitar problemas futuros.