Em 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve um desempenho abaixo do esperado nas redes sociais, com uma média de 29.589 interações. Esse número é menos da metade das 73,9 mil interações que o ex-presidente Jair Bolsonaro alcançou no mesmo período.
A análise do engajamento nas redes sociais foi realizada pela Bites, uma empresa especializada em dados, que acompanhou as atividades de Lula no Instagram, Facebook e X (antigo Twitter). Os resultados foram divulgados em um portal de notícias.
Lula não só ficou atrás de Bolsonaro, mas também de outros nomes importantes da política. Michelle Bolsonaro, que lidera o PL Mulher, conseguiu impressionantes 168,5 mil interações, quase seis vezes mais que Lula. Outros adversários políticos também superaram o presidente, como Pablo Marçal, ex-coach, que teve 70.907 interações, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que registrou 33.334.
O cenário não foi bom também para outros políticos do Partido dos Trabalhadores (PT) e aliados. Figuras como Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann, Camilo Santana, Simone Tebet, Ciro Gomes, Marina Silva e Helder Barbalho tiveram um engajamento inferior a 10 mil interações, mostrando que a situação do PT nas redes sociais é desafiadora.
Para reverter esse quadro, Lula tomou uma decisão importante ao convocar Sidônio Palmeira para o cargo de secretário de Comunicação Social em 14 de janeiro. Palmeira, que já tinha trabalhado na campanha de Lula em 2022, recebeu a responsabilidade de revitalizar a comunicação do governo e recuperar a popularidade do presidente.
Dentre as novas estratégias, foram adotados formatos populares nas redes sociais, como o “Ponto de Vista” (POV), uma abordagem frequentemente usada por jovens para apresentar diferentes pontos de vista. Essa mudança nas táticas começou a fazer efeito. Em um levantamento posterior da Bites, o engajamento de Lula subiu para 47.793 interações entre 1º de janeiro e 10 de fevereiro de 2025.
Apesar desse aumento, Lula ainda está em desvantagem em relação a seus adversários. Michelle Bolsonaro continuou na liderança com 271,1 mil interações, seguida por Jair Bolsonaro com 84.215, o cantor Gusttavo Lima, que manifestou interesse em concorrer à presidência em 2026, com 106.541, e Pablo Marçal, que alcançou 49.729 interações. O cenário evidencia os desafios que Lula ainda precisa enfrentar nas redes sociais para se conectar melhor com o público.