O ex-presidente Jair Bolsonaro declarou, na última quarta-feira, dia 19, que o falecido ex-ditador da Venezuela, Hugo Chávez, “teria inveja da democracia relativa brasileira”. Essa afirmação foi divulgada por Bolsonaro em suas redes sociais.
Hugo Chávez governou a Venezuela de 1999 até sua morte em março de 2013. Durante seu tempo no poder, ele preparou Nicolás Maduro para assumir a liderança do país. Desde então, a Venezuela enfrenta uma grave crise humanitária, com mais de 2 mil pessoas detidas sob a ordenação do atual governo.
A declaração de Bolsonaro acontece em um momento em que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o denunciou por suposta tentativa de golpe de Estado, um dia antes de sua postagem. Essa denúncia, que cita outras 33 pessoas, foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), que será responsável por decidir sobre o caso.
Em resposta a essa denúncia, vários aliados de Bolsonaro expressaram seu descontentamento. Luciano Zucco, líder da oposição na Câmara dos Deputados, afirmou que as acusações não têm base jurídica sólida e questionou a imparcialidade da Procuradoria-Geral da República. No Senado, Rogério Marinho disse que não se surpreendeu com a decisão e ressaltou a importância do STF garantir os direitos de defesa de Bolsonaro.
Além disso, a deputada federal Caroline de Toni classificou a ação como uma perseguição política, argumentando que o processo tem fundamentos claramente políticos. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também se manifestou, defendendo que Bolsonaro nunca esteve envolvido em ações contra o Estado Democrático de Direito. Segundo ele, o ex-presidente é uma figura política importante no Brasil e não compactuou com movimentos que visem à desestabilização de instituições democráticas.
As denúncias feitas contra Bolsonaro incluem sérias acusações, como liderança de uma organização criminosa armada, tentativa de derrubar violentamente o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, entre outros crimes relacionados à violência e ameaças contra o patrimônio público. O STF agora examinará essas alegações e determinará os próximos passos legais.