Os serviços de robotáxi estão se espalhando por diversos lugares. Embora já tenham enfrentado problemas em cidades como São Francisco, as dificuldades estão melhorando. Agora, empresas como Uber e Lyft estão pensando em substituir seus motoristas por inteligência artificial.
Estamos perto de ver uma grande mudança na maneira como esses serviços funcionam. Essa transição pretende alinhar melhor os lucros às pessoas que usam o serviço. Porém, isso não vai resolver um problema mais profundo que tanto serviços de viagem quanto redes sociais enfrentam: a desconexão entre quem financia e quem usa o serviço.
Vamos entender melhor essa desconexão de receita. E, no final, vou comentar sobre um produto incrível que a Lenovo lançou: um novo notebook com um processador topo de linha da Intel.
### O Problema da Desconexão de Receita
O grande problema do modelo de negócios das redes sociais e serviços de carona é que quem paga acaba não sendo considerado o cliente principal.
No caso das redes sociais, os anunciantes são quem financia as plataformas, mas os usuários interagem com o conteúdo como se fossem os verdadeiros clientes. Já nos serviços de carona, a plataforma ajuda motoristas a ganharem dinheiro com seus veículos, mas isso se torna um custo do serviço. Como os passageiros são os que pagam, deveriam ser considerados os clientes dos motoristas, e não da plataforma.
Em ambos os casos, as empresas priorizam quem traz a receita — os anunciantes nas redes sociais e os passageiros nos serviços de carona. Isso faz com que motoristas e criadores de conteúdo sejam tratados como meros custos, em vez de participantes valorizados.
Essa desconexão faz com que quem realmente faz o serviço funcionar — motoristas da Uber e Lyft ou criadores de conteúdo — seja muitas vezes ignorado. Suas necessidades ficam em segundo plano, em relação às empresas que financiam o serviço. Eles são vistos mais como problemas a serem gerenciados do que como recursos essenciais.
Isso é um erro. Os usuários geram a receita com publicidade porque anúncios não valem nada sem eles. E, da mesma forma, sem motoristas, não há serviço de carona para os passageiros.
Muitos gestores não fazem essa distinção. Conheci um gerente geral que acreditava que sua fábrica funcionaria melhor sem os vendedores, esquecendo que eram eles quem traziam os negócios. Ele foi demitido logo depois, mas isso não é um caso isolado. Como auditor interno, vi muitos executivos de alto escalão sem noção de como suas empresas realmente funcionavam — o que é bem preocupante.
Os negócios tendem a funcionar melhor quando quem usa o serviço e quem o financia são a mesma pessoa. Quando há uma desconexão, como nas redes sociais e no transporte por aplicativo, as plataformas correm o risco de afastar aqueles que mantêm seus serviços funcionando.
### Os Robotáxis Vão Transformar ou Quebrar o Serviço de Carona?
Os robotáxis podem melhorar ou complicar ainda mais os serviços de carona. Se empresas como Uber e Lyft adotarem os robotáxis, os motoristas que monetizam seus carros vão enfrentar problemas, pois não conseguem competir com um motorista artificial que trabalha quase de graça. Porém, isso também pode acabar com a questão dos motoristas sendo vistos mais como custos do que como clientes.
Com os robotáxis, Uber e Lyft podem focar apenas nos passageiros, que se tornam seus clientes diretos. Esses serviços também estão pensando em permitir que os proprietários de carros de carona continuem na plataforma, mas comprando e mantendo os veículos autônomos. Isso poderia se parecer com um modelo de aluguel, mas ainda traria dificuldades relacionadas à manutenção, seguro e responsabilidade.
E não podemos esquecer que, embora esses carros sejam elétricos, ainda faltam estações de carregamento automatizadas. A infraestrutura de recarga é fundamental para que veículos autônomos operem de forma independente, e soluções como recarga robótica ou troca de baterias ainda estão em desenvolvimento.
Diante desses desafios, Uber e Lyft provavelmente optarão por possuir suas próprias frotas e instalar pontos de carga exclusivos, bem como estações de recarga automatizadas e garagens para acomodar flutuações na demanda ao longo do dia.
### Um Momento de Transição
Atualmente, a tecnologia dos robotáxis é mais adequada para áreas urbanas. No entanto, se o passageiro precisar viajar longas distâncias, por enquanto, um motorista humano ainda será necessário, até que tenhamos uma tecnologia autônoma aprovada que funcione tanto em cidades quanto nas estradas entre elas.
Podemos até ver uma integração entre carros autônomos e aviões para serviços dentro de um mesmo estado. Alguns dos modelos de aeronaves que estão sendo considerados têm capacidade de decolagem e pouso vertical (VTOL), o que possibilita padronizar locais de pouso, onde passageiros poderiam transferir de um carro autônomo para um avião autônomo.
Além disso, existem conceitos em desenvolvimento onde um veículo autônomo poderia se conectar a uma estrutura que ajudaria a evitar engarrafamentos ou viajar longas distâncias. Isso seria incrível, mas preocupações de segurança podem fazer com que as pessoas hesitem em usar.
### Conclusão
Embora os robotáxis possam melhorar o serviço de carona alinhando receitas com usuários, o que vai acontecer com os motoristas da Uber e Lyft que perderem seus empregos? Algumas empresas, como a Tesla, estão explorando a possibilidade de alguns motoristas trabalharem remotamente, assumindo o controle do veículo quando ele enfrentar problemas. Mas isso exigiria bem menos motoristas do que temos hoje, deixando muitos sem trabalho.
Com o avanço da inteligência artificial, o desafio de reintegrar as pessoas que perderam seus empregos por conta disso vai se tornar cada vez mais complicado. O que será delas, motoristas e pilotos, quando os veículos forem capazes de dirigir ou voar sozinhos? O mercado de trabalho não pode simplesmente se adaptar a essa nova realidade.
Para nós, usuários, as coisas vão ficar muito mais convenientes, com preços mais baixos e um serviço melhor. As conversas com os motoristas podem acabar, mas, quem sabe, poderemos interagir com a inteligência artificial do carro durante a viagem, tornando a experiência mais segura e agradável.
O cenário deve ser mais acessível, seguro e muito mais prático, o que ajudará a resolver a questão da desconexão entre receita e usuários.
### Produto da Semana: Lenovo IdeaPad Pro 5i
O novo protótipo do Lenovo IdeaPad Pro 5i é incrível. A versão que será lançada usa gráficos da Nvidia, mas este modelo utiliza o processador Intel ARC e sai no mercado apenas em julho.
Esse PC com inteligência artificial traz o processador Ultra 9 e uma tela OLED de 16 polegadas, que é sensacional. As telas OLED melhoraram bastante em eficiência, então já não consomem tanta bateria como antes.
Prefiro telas grandes porque costumo trabalhar com computadores de mesa. Reduzir para 14 ou 13 polegadas é bem complicado para mim. Quinhentas polegadas são aceitáveis, mas esse espaço extra faz toda a diferença.
Um ponto negativo é que não dá para trabalhar nesse laptop dentro de um avião. Mas, geralmente, aproveito o voo para assistir filmes, o que é ótimo para relaxar, já que não quero trabalhar o tempo todo. E assistir a filmes nesse tipo de tela é uma experiência incrível.
Quando o laptop for lançado, deve custar em torno de R$ 7.500 (valor pode variar com tarifas), o que é razoável para um modelo de 16 polegadas com gráficos discretos. Os gráficos Intel ARC misturam tecnologias da AMD e Nvidia e representam uma boa relação custo-benefício.
A bateria desse protótipo estava em fase de ajustes, mas espero que dure entre 10 e 20 horas, dependendo do uso, o que é excelente para um dispositivo desse porte.
Os gráficos são mais do que suficientes para o que preciso. Não tem muita coisa para desktop com IA, a não ser o Office 365. Então, enquanto seu NPU é mais leve, com 11 TOPS, o total deve ficar perto de 100, contando também com o poder de processamento de IA da GPU.
A única desvantagem é que esse laptop não vai rodar Recall ou Cocreator até a Microsoft liberar. O Recall está em pausa e disponível apenas em versão de teste, mas o uso do Dall-E na web do ChatGPT é bem satisfatório. É possível que a Microsoft ative essa ferramenta em laptops com gráficos discretos. A Intel está fechando parceria com outras empresas para garantir um bom resultado em hardware.
No geral, o Lenovo IdeaPad Pro 5i é um produto muito bom. O meu, que tá na foto, chegou na cor prata e preta e é bonito, útil e com bom preço, fazendo dele meu Produto da Semana. Só que você ainda vai ter que esperar até julho para poder comprar o seu!