Durante as férias, muitas pessoas se perguntam o que acontece no Brasil e, infelizmente, a resposta costuma ser que as coisas pioram. Essa é a realidade vivida no país, que permanece com problemas antigos, independentemente das mudanças na política. Um exemplo recente dessa situação é a chamada “guerra dos bonés”, que envolve o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus apoiadores.
Tudo começou com um boné azul, criado por um marqueteiro do presidente, que traz a frase “O Brasil é dos brasileiros”. Esse slogan é uma provocação direta à oposição, que durante suas campanhas sempre argumentou que o país não pertencia ao Partido dos Trabalhadores (PT), mas sim a todos os brasileiros. Em contraste, o boné vermelho, tradicional associado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e ao PT, estava mais presente até agora.
A situação ficou mais acirrada quando opositores do governo começaram a usar bonés com mensagens críticas, muitos dos quais faziam alusão à campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro. Seus apoiadores se manifestaram dizendo que, na verdade, a maioria dos brasileiros não tem controle sobre o que acontece em seu país, sendo sujeitos a uma elite política e econômica.
Com a eleição presidencial se aproximando em 2026, o Brasil volta a ser palco de campanhas eleitorais com forte influência do marketing. Porém, muitos se perguntam a que isso realmente se destina. As mesmas figuras políticas de sempre estão de volta à cena, sem apresentar propostas concretas ou projetos que realmente beneficiem a população. O foco parece estar mais nas ambições pessoais de poder do que em atender às necessidades do país.
Essa “guerra dos bonés” trouxe à mente um conto do famoso autor brasileiro Machado de Assis, chamado “O Capítulo dos Chapéus”. Em uma cena, um dos personagens fala sobre como um chapéu representa a individualidade de quem o usa, funcionando quase como uma extensão da identidade. Assim como o chapéu, o boné que Lula e seus ministros usam não parece ter um significado real ou direcionamento. Ele é visto por muitos como apenas um símbolo vazio em um país que enfrenta sérias questões estruturais, sem soluções à vista.
Dessa maneira, a discussão sobre essas representações políticas se entrelaça com um panorama mais amplo de insatisfação e a sensação de que o Brasil está estagnado, mesmo diante de novos símbolos na praça pública.