O Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS) anunciou que, em breve, não aceitará mais encomendas originárias da China e de Hong Kong. Contudo, essa mudança não será imediata e ainda não há uma data definida para sua implementação.
Essa decisão vem após os Estados Unidos terem imposto uma tarifa de 10% sobre produtos chineses e também após o fim de uma isenção alfandegária que permitia que compras de baixo valor entrassem no país sem pagamento de impostos. Essa isenção, conhecida como “de minimis”, permitia a entrada de remessas sem tarifas quando seu valor era abaixo de US$ 800. Segundo dados, cerca de 1,36 bilhão de remessas foram enviadas para os EUA por meio dessa isenção em 2024, o que representa um aumento de 36% em comparação ao ano anterior.
A prática de juntar encomendas sob a regra de isenção “de minimis” permitia que a alfândega liberasse várias remessas ao mesmo tempo. Com a nova política, cada pacote precisará de uma liberação individual, o que pode gerar mais trabalho para os serviços postais. Empresas de logística, como a Easyship, orientaram clientes a estabelecerem centros de distribuição dentro dos Estados Unidos, uma estratégia que visa se adaptar às novas regras. Essa medida também reflete a visão do governo norte-americano de estimular o mercado interno ao aumentar os impostos sobre importações.
Dentre as empresas que se beneficiaram da isenção “de minimis”, destacam-se a Shein e a Temu, que vendem uma variedade de produtos, desde roupas até eletrônicos, e alcançaram um crescimento significativo no mercado americano. Juntas, essas duas empresas foram responsáveis por mais de 30% de todos os pacotes enviados aos Estados Unidos diariamente sob essa cláusula.
Essas mudanças nos serviços postais e nas tarifas têm um impacto direto sobre o comércio entre os EUA e a China e podem alterar a forma como os consumidores americanos compram produtos internacionais.