A China anunciou o aumento de tarifas sobre diversos produtos dos Estados Unidos como resposta ao plano comercial do presidente Donald Trump. As novas tarifas foram divididas em duas categorias, sendo uma de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito, e outra de 10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas e alguns veículos.
Essa decisão da China ocorre poucos dias depois de Trump ter implementado uma tarifa de 10% sobre todos os produtos importados da China, uma promessa do seu campanha eleitoral que visava adotar uma postura mais rígida nas relações comerciais. O Ministério das Finanças da China criticou os EUA, afirmando que essas tarifas violam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que essa medida não ajuda a resolver os problemas enfrentados pelos Estados Unidos, além de prejudicar a cooperação econômica normal entre os dois países. As tarifas chinesas começarão a valer no dia 10 de fevereiro.
Ainda sobre a política de tarifas, Trump também havia anunciado tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México, mas decidiu adiar a aplicação dessas taxas até março, após firmar acordos para fortalecer a proteção nas fronteiras com o presidente mexicano, Claudia Sheinbaum, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.
Trump intensificou seu discurso contra a China, acusando o país de contribuir para a crise de fentanil nos Estados Unidos, insinuando que a China estaria enviando essa substância para o México e o Canadá. Durante sua campanha para as eleições de 2024, ele chegou a sugerir a possibilidade de uma tarifa de 60% sobre produtos chineses.
A abordagem de Trump em relação ao comércio chinês reflete sua administração anterior. Entre 2018 e 2019, ele impôs tarifas sobre bens chineses avaliados em centenas de bilhões de dólares, atingindo produtos como equipamentos tecnológicos e plásticos. Em resposta, a China implementou tarifas retaliatórias de 10% sobre importações dos EUA que totalizavam cerca de 75 bilhões de dólares.
Embora Trump tenha muitos apoiadores, tanto políticos quanto empresários, há um crescente apelo entre esses grupos para que ele reconsidere sua postura tarifária, já que isso pode impactar pequenas empresas e consumidores americanos. A China é um produtor significativo de eletrônicos usados nos Estados Unidos, o que pode resultar em um aumento nos preços de celulares, laptops e outros dispositivos eletrônicos.
O governo americano ainda não fez comentários sobre essa nova situação. A situação continua a se desenvolver, e novos desdobramentos podem ocorrer nos próximos dias.