O automobilismo em Goiânia pode estar prestes a receber um novo impulso com um projeto social inovador chamado “Adote um Piloto”. A iniciativa, liderada por Ailton Maranhão, de 45 anos, que é administrador, piloto e comentarista, tem como objetivo apoiar crianças, adolescentes e jovens adultos interessados em seguir carreira nas pistas de corrida.
Segundo Maranhão, o automobilismo, especialmente o kart, é o primeiro passo para quem deseja se tornar um piloto profissional. Ele destaca que o alto custo das aulas e competições tem sido um obstáculo para muitos talentos em potencial. Em Goiânia, uma academia de pilotos cobra cerca de R$ 350 por semana apenas para treinos, o que pode inviabilizar a participação de muitos jovens promissores. Por isso, a proposta é unir empresários e talentos, criando uma rede de apoio financeiro e esportivo.
O programa divide os participantes em diferentes categorias: bronze, prata e ouro. Na categoria bronze, estão crianças entre 7 e 10 anos que começam no kartismo infantil. Na categoria prata, estão adolescentes, com cerca de 15 anos, que já competem, mas que não têm recursos para participar de campeonatos mais abrangentes. Já a categoria ouro é voltada para jovens adultos entre 25 e 30 anos, que aspiram a competir em categorias de destaque, como a Copa HB20 e a Stock Car, que envolvem altos custos de participação.
Maranhão também menciona exemplos de pilotos locais que poderiam se beneficiar do programa, como Theo Solomão, campeão brasileiro de kart e conhecidos no cenário internacional. Ailton acredita que há muito talento que precisa de apoio para alcançar novos patamares e sugere que empresários invistam em pilotos promissores, associando suas marcas a esses atletas.
O projeto se inspira em iniciativas bem-sucedidas de outras localidades, como uma em Maceió, que focou exclusivamente no público feminino. Naquela experiência, as mulheres não pagavam para treinar e competiam com material esportivo fornecido gratuitamente, o que resultou em grande sucesso. Maranhão acredita que um modelo semelhante em Goiânia poderia ampliar o acesso ao esporte e incentivar mais atletas a se envolverem.
Outra razão que torna a iniciativa relevante é que, em 2026, Goiânia será sede de uma etapa do MotoGP, evento que atrai pilotos do mundo todo e aumenta o interesse pela modalidade. Maranhão vê isso como uma oportunidade para promover a formação de novos talentos na região.
Além disso, o kartódromo local deve passar por reformas e reabrir em janeiro, possibilitando a realização de competições nacionais. As expectativas são de que um grupo de São Paulo assuma a gestão do espaço, contribuindo assim para a visibilidade do automobilismo em Goiás.
Maranhão reconhece que a proposta pode atrair não apenas empresários, mas também apoio de figuras políticas, especialmente com as eleições se aproximando. Ele compara o cenário atual do automobilismo ao do futebol, onde olheiros estão em busca de novos talentos, e acredita que um sistema semelhante pode ser criado para descobrir e apoiar novos pilotos.
Recentemente, Ailton também criou um grupo focado na indústria do automobilismo, que gerou interesse significativo em apenas duas semanas. Ele recebeu diversas mensagens de mães, jovens e mulheres interessadas em participar, o que demonstra o potencial inclusivo do projeto. Maranhão planeja apresentar imagens do grupo para evidenciar o nível de mobilização em torno da iniciativa e mostrar que não é apenas um conceito, mas sim um projeto em andamento.
Atualmente, cerca de 60% do projeto já está desenvolvido, e Ailton Maranhão busca apoio para divulgação e captação de parceiros. Seu objetivo é mostrar que o automobilismo pode ser acessível e que há uma grande chance de descobrir novos campeões por meio dessa iniciativa. Ele acredita que essa é uma oportunidade única para realizar os sonhos de muitos jovens aspirantes a pilotos.