Otto von Bismarck, líder alemão falecido em 1898, deixou uma frase que parece se aplicar bem ao período eleitoral que se aproxima em 2026: “Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada”. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que se destacou durante as negociações sobre as dívidas do estado, recentemente comentou sobre sua trajetória nesse cenário.
Tanto as equipes do ex-ministro Paulo Guedes, que esteve no governo entre 2019 e 2022, quanto do atual ministro Fernando Haddad, que assumiu em 2023, acreditaram que ao permitir que Caiado fizesse um panorama das dificuldades financeiras de Goiás, poderiam conseguir acordos favoráveis, como descontos e empréstimos sem juros.
Em uma conversa descontraída, Caiado fez uma observação bem-humorada. Ele disse: “Fora a classificação do Vila Nova à Série A do Brasileirão, resolvi todos os problemas insolúveis do Estado”. Embora não afirme ter milagres, o governador destaca que conseguiu tirar Goiás de taxas de juros exorbitantes que chegavam a 15% ao ano — uma comparação irônica foi feita, sugerindo que tais taxas eram dignas de práticas de agiotas.
Com as renegociações, Caiado afirma que obteve financiamento de dívidas por até 30 anos, limitando os pagamentos à correção da inflação, estimada entre 4% e 5% ao ano, e com juros zerados. Esse progresso financeiro possibilitou ao estado economizar cerca de R$ 28 bilhões.
A melhora nas finanças públicas também impactou diretamente a imagem de Caiado entre os mais jovens, que passaram a chamá-lo de “Tio Caiado”. O governo iniciou uma série de investimentos em educação, aumentando a qualidade da merenda escolar, distribuindo computadores e uniformes completos, que incluem tênis e mochilas. Além disso, cerca de mil escolas foram reformadas, levando Goiás a conquistar o primeiro lugar no Ideb, que mede a qualidade da educação básica no país.
Enquanto o Governo Federal busca promover moradias por meio da Caixa Econômica Federal, Caiado afirma que, em Goiás, as casas estão sendo distribuídas gratuitamente. Nesse contexto, a mensagem de Bismarck se torna relevante: aqueles que persistirem em enganar podem acabar tendo um público cada vez menor.