O setor lácteo em Goiás se consolidou como uma das áreas mais dinâmicas da agroindústria no Centro-Oeste. Essa evolução é impulsionada pela crescente valorização de produtos como o leite condensado, além da ampliação das exportações e adaptações estratégicas diante de um mercado que enfrenta oscilações. Dados do setor mostram um cenário desafiador, mas com sinais claros de fortalecimento entre produtores, cooperativas e indústrias do estado.
O leite condensado é um produto tradicional na mesa dos brasileiros e mantém sua importância cultural e econômica, especialmente em épocas festivas. Essa estabilidade na demanda faz com que a indústria veja o leite condensado como uma alternativa para equilibrar receitas e minimizar as consequências das variações no preço do leite in natura.
### Exportações em Alta
Entre janeiro e outubro de 2025, Goiás exportou 129,8 toneladas de leite condensado, resultando em uma receita de US$ 302,4 mil. Esse resultado representa um crescimento significativo comparado ao mesmo período do ano anterior. Os principais mercados para o produto são os Estados Unidos, Paraguai e Argentina, com destaque para o mercado norte-americano, que respondeu por mais de 86% das exportações.
Em termos de comparação anual, o crescimento foi expressivo: um aumento de 134,8% em volume e 117,4% em valor. Especialistas do setor apontam que esses números refletem a competitividade dos derivados lácteos no comércio internacional, especialmente quando associados a uma boa logística e produção em grande escala.
### Flutuações no Mercado Interno
No mercado interno, os preços do setor lácteo mostraram oscilações ao longo de 2025. Relatórios indicam variações tanto positivas quanto negativas nos preços dos derivados, influenciados pela oferta, demanda e custos de produção. Em setembro de 2025, o leite condensado teve uma queda de 4,40% no atacado, acompanhando uma tendência de retração nos derivados lácteos. Por outro lado, em janeiro, o produto havia registrado uma leve alta de 0,02%, mostrando a instabilidade característica do setor. Esse cenário demanda planejamento contínuo por parte das indústrias e dos produtores.
### Monitoramento do Mercado
Pedro Leonardo Rezende, secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, destaca a importância do acompanhamento do mercado para reduzir riscos. Ele afirma que o monitoramento contínuo da cadeia produtiva permite que produtores e indústrias façam ajustes rápidos às oscilações do mercado, aumentando a competitividade do setor em Goiás. A divulgação periódica de dados também ajuda na tomada de decisões, especialmente em um setor vulnerável a fatores como clima, custos de insumos e padrões de consumo.
### Desafios Estruturais
Apesar do crescimento nas exportações e da diversificação da indústria láctea, Goiás enfrenta desafios estruturais. A instabilidade nos preços do leite, altos custos de produção e a concorrência com produtos importados continuam a pressionar as margens de lucro, exigindo maior eficiência operacional. Para pequenos e médios produtores, a diversificação tem se mostrado fundamental. Além do leite condensado, produtos como queijos e leite em pó ajudam a equilibrar as finanças e a reduzir a dependência de um único segmento.
### Investimentos em Tecnologia
Os investimentos em tecnologia, eficiência produtiva e valorização dos produtos têm papel essencial no fortalecimento da indústria láctea em Goiás. Líderes do setor acreditam que essas apropriações aumentam a escala de produção e abrem oportunidades para atuar em nichos mais exigentes tanto no mercado interno quanto no exterior. Mesmo com a pressão externa e o aumento da oferta global, Goiás continua a expandir sua presença comercial, transformando leite em produtos industrializados e solidificando sua posição econômica, geração de empregos e renda, consolidando o setor lácteo como uma parte estratégica do agronegócio goiano.