Tati Machado, apresentadora da TV Globo, infelizmente perdeu seu primeiro filho após oito meses de gestação. Ela foi internada em uma maternidade ao perceber que o bebê não estava se movendo. A situação é bastante delicada, e especialistas estão investigando as causas da morte.
De acordo com o ginecologista e obstetra Alexandre Pupo, a morte fetal tardia é reconhecida quando ocorre após a 28ª semana de gestação e o feto pesa mais de mil gramas. Nesse período, o bebê já é considerado viável, o que significa que ele tem boas chances de sobrevivência se nascer. Tati estava grávida de 33 semanas quando perdeu o filho, e os médicos estão tentando entender o que ocorreu.
O Dr. Pupo explica que a perda do bebê pode estar relacionada a problemas tanto da mãe quanto do feto. Questões maternas incluem condições como a pré-eclâmpsia, que é a hipertensão durante a gravidez. Essa condição pode causar o descolamento da placenta, o que representa riscos importantes, como a morte do feto e da mãe.
Outro fator perigoso é a insuficiência placentária, que acontece quando a placenta não consegue fornecer oxigênio e nutrientes adequados ao bebê. Além disso, o médico menciona um problema chamado vasa prévia, onde o cordão umbilical se insere de maneira inadequada na placenta, podendo prejudicar a circulação do sangue.
Problemas de saúde da mãe, como diabetes mal controlada, também podem ser um risco. Quando o açúcar no sangue da mãe está elevado, o feto produz muita insulina. Se os níveis de glicose caírem rapidamente, isso pode causar hipoglicemia severa e levar ao óbito.
Malformações congênitas ou cromossômicas que tornam a vida do bebê inviável também podem ser causas de morte nesta fase gestacional. Além disso, a incompatibilidade de sangue entre mãe e filho, embora rara, pode ser fatal.
Pupo aponta que algumas mulheres têm mais chances de enfrentar complicações durante a gravidez. Aqueles com mais de 35 anos ou muito jovens, com menos de 19 anos, e mulheres com histórico de perdas anteriores ou doenças pré-existentes precisam de atenção especial.
O acesso à saúde é fundamental. A falta de acompanhamento médico pode dificultar a identificação de riscos, o que aumenta as chances de complicações.
### Cuidados Após a Perda
Quando um óbito fetal acontece, o foco dos cuidados passa a ser a mãe, que deve passar pelo processo de expulsão do feto e da placenta. Esse momento é extremamente doloroso, pois envolve um parto onde a mãe já sabe que o bebê não está mais vivo. O método de parto, se vaginal ou cesariana, depende da condição da mãe e de outros fatores.
Sempre que possível, realiza-se o parto vaginal, que apresenta menos riscos e permite uma recuperação mais rápida. A cesariana, sendo uma cirurgia, exige mais tempo para a mãe se recuperar.
Além de buscar entender as causas da perda, é crucial que o casal procure apoio psicológico. O luto é vivido tanto pela mãe quanto pelo pai, e ambos precisam de acolhimento durante esse período difícil.
### Apoio Durante o Luto
A psiquiatra Vanessa Greghi fala sobre como lidar com a perda de um filho antes do nascimento. Ela enfatiza que o luto é um processo inevitável e que deve ser enfrentado com apoio profissional. O caminho será difícil, mas procurar ajuda pode evitar que o sofrimento se transforme em um transtorno psiquiátrico.
Greghi alerta que a saúde mental é importante e que aqueles com um quadro mais fragilizado podem necessitar de tratamento psiquiátrico. Mulheres que perdem um filho podem sentir ansiedade constante, como se algo ruim estivesse prestes a acontecer. O tratamento é essencial para lidar com esses sentimentos.