A Organização das Nações Unidas (ONU) para a Aviação Civil anunciou, na última segunda-feira, que a Rússia é responsável pela queda do voo MH17 da Malaysia Airlines em julho de 2014, na Ucrânia. Esse acidente resultou na morte de 298 pessoas que estavam a bordo.
O Conselho da Organização da Aviação Civil Internacional, com sede em Montreal, no Canadá, avaliou os documentos e alegações apresentadas pela Austrália e pela Holanda sobre o ocorrido. Os membros do conselho chegaram à conclusão de que as acusações são fundamentadas, tanto em evidências como na legislação internacional de aviação. O comunicado da organização afirmou que a Rússia não cumpriu com suas obrigações de acordo com o Direito Aéreo Internacional durante o ataque que derrubou o avião.
Essa foi a primeira vez que o conselho se pronunciou oficialmente sobre a responsabilidade da Rússia em um caso tão relevante entre os países membros.
Em resposta, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, negou qualquer envolvimento da Rússia e criticou a decisão do conselho, classificando-a como tendenciosa. Ele reforçou a opinião de que a Rússia não participou da investigação e, portanto, não aceita a conclusão apresentada.
Do outro lado, o governo australiano comemorou a decisão da ONU, definindo-a como um “momento histórico”. Eles afirmaram que essa declaração é um passo importante em busca da verdade e da justiça para as famílias das vítimas. O ministro das Relações Exteriores da Holanda, Caspar Veldkamp, também expressou satisfação com a decisão, ressaltando que, embora não possa eliminar a dor dos familiares, é um avanço significativo rumo à verdade.
Para relembrar os acontecimentos, o voo MH17, um Boeing 777 da Malaysia Airlines, estava em rota de Amsterdã a Kuala Lumpur quando foi atingido por um míssil em 17 de julho de 2014. O incidente ocorreu na região do Donbass, no leste da Ucrânia, que era controlada por separatistas pró-Rússia na época. Dentre os passageiros, havia 196 cidadãos holandeses.
Em novembro de 2022, um tribunal na Holanda condenou à revelia dois russos e um ucraniano a penas de prisão perpétua pelo envolvimento no acidente. No ano passado, as investigações internacionais foram suspensas, pois não havia provas suficientes para processar mais suspeitos.