Um vídeo completo de uma transmissão ao vivo que apresenta informações e esclarecimentos importantes para os produtores rurais está disponível no YouTube. Durante essa live, participaram especialistas como Fábio Leal, do Agrodefesa, além de Fábio Shiroma, da Iagro, e Luiza Barnabé de Oliveira, do IMA.
O foco das discussões foram casos de raiva dos herbívoros confirmados em uma ovelha e uma vaca, que acenderam um alerta para os produtores da região do Rio Paranaíba e seus afluentes. Fábio Leal destacou a necessidade de vigilância intensificada, especialmente nas propriedades próximas ao Rio Aporé e ao Paranaíba, como no povoado de Olaria da Fumaça, situado a apenas 16 quilômetros de uma fazenda onde a doença foi registrada. Essa proximidade exige atenção constante dos produtores locais.
Após a confirmação dos casos, as equipes do IMA iniciaram a captura de morcegos hematófagos na área e identificaram vários abrigos desses animais. Os fiscais de Goiás estão realizando medidas semelhantes. Os produtores foram orientados a reportar qualquer colônia de morcegos, especialmente em lugares como casas abandonadas, pontes, cavernas e cisternas. A recomendação é não espantar os morcegos, pois isso pode espalhar a colônia e dificultar o controle da situação. É fundamental apenas notificar as equipes responsáveis, para que as ações adequadas sejam adotadas.
As iniciativas de captura e monitoramento dos morcegos fazem parte do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros, que visa prevenir e reduzir a incidência dessa doença, que é fatal e pode causar danos à saúde pública e à economia rural. Estas ações estão sendo realizadas em todo o estado de Goiás, com foco nos municípios de maior risco. Quando capturados, os morcegos são tratados com uma substância anticoagulante, que leva à morte dos animais. Isso tem como objetivo controlar a população de morcegos e evitar que rebanhos e a população em geral sejam expostos ao vírus da raiva.
Os locais para captura são escolhidos com base em notificações sobre a presença de morcegos e nas inspeções feitas pelos fiscais agropecuários. Esses profissionais identificam lugares que podem ser usados como abrigo pelos morcegos hematófagos e fazem um cadastro das áreas para vigilância constante. Também é verificada a quantidade desses animais nos abrigos para monitorar a possível circulação do vírus da raiva.
A raiva dos herbívoros é uma doença causada por um vírus que pode afetar bovinos, equinos, caprinos e ovinos. Os sintomas incluem dificuldade para andar, salivação excessiva, incapacidade de se levantar e isolamento do rebanho. A evolução da doença geralmente leva de três a sete dias, culminando na morte do animal. Além dos riscos para os animais, a doença também representa uma ameaça à saúde humana, por isso é importante que ninguém tenha contato direto com a saliva ou o sangue de animais com sintomas suspeitos.
A vacinação do rebanho é considerada a principal medida de prevenção. Rafael Vieira, diretor de Defesa Agropecuária da Agrodefesa, lembrou que a vacina é obrigatória anualmente, especialmente em municípios classificados como de alto risco. Atualmente, está em andamento a última etapa da vacinação obrigatória contra a raiva, que vai até 15 de junho, abrangendo 119 municípios de Goiás.
É importante ressaltar que a notificação de casos suspeitos ou confirmados não gera multas ou interdições nas propriedades. Pelo contrário, é um ato de responsabilidade que permite que as autoridades adotem medidas sanitárias rapidamente, evitando prejuízos econômicos e protegendo a saúde da população.
José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa, destacou a importância da colaboração entre os estados para enfrentar a raiva, especialmente nas regiões que fazem divisa. A raiva é uma doença que pode ser silenciosa, mas extremamente prejudicial. Portanto, a comunicação entre os órgãos de defesa agropecuária e os produtores é essencial. A vacinação e o monitoramento ativo são as melhores estratégias para proteger a produção agropecuária e evitar a propagação da doença.
Por fim, qualquer produtor que perceber sinais clínicos suspeitos ou que identifique abrigos de morcegos hematófagos deve contatar imediatamente as unidades operacionais locais da Agrodefesa ou ligar para o número 0800 646 1122 para relatar a situação.